The Ascent – Curve Digital

Há algum tempos atrás, a tendência ao tema cyberpunk cresceu no mundo dos games. Um resgate do que já foi uma vez abordado nos anos 90, nos games como Flashback, Shadowrun e Syndicate, dos quais podemos considerar referência. Todos obviamente influenciados por Blade Runner – O Caçador de Androides (1982) de Ridley Scott, que trazia uma visão futurista de carros voadores e humanidade dividindo espaço com robôs e até usando próteses bio mecânicas. O tema naquele tempo já havia espaço de anos antes com as obras de H.R Giger, criador do estilo biomechanic, que originou Alien (1979) de Ridley Scott e se tornou um estilo bem conhecido em tattoos.

O que particularmente atrai neste estilo e todo jogo que aborda, é a estética do que fantasiosamente nós, imaginamos do futuro. Quando isso, aplicado à ideia do game, imersa a gente neste universo, geralmente nos conquista. Talvez nem todo mundo tenha jogado os títulos anteriormente mencionados, mas eu não conheço ninguém que tenha jogado e detestado. Geralmente na minha época, pela escassa oferta de acesso aos jogos, era provável o quanto a gente aproveitava um game e focava em tudo dele.

The Ascent vem após o grande buzz gerado por Cyberpunk 2077, mas parece aproveitar seu sucesso. Não que eu esteja afirmando que o jogo não seja bom, pelo contrário, ele vale a jogatina. O que ele surfa é na alta em que o tema está e entrega, antes de nada, a beleza visual do tema. Embora o jogo seja na visão isométrica(que eu sou fã), ele entrega um nível de detalhes e uma massiva beleza nos gráficos bem como Cyberpunk 2077. Claro que não é perfeito em algumas escolhas que a Curve Digital adotou. Como por exemplo, o personagem que você joga. Totalmente destoante do tema, eu que joguei com mais 3 amigos, não pude deixar de fazer piada com o fato que os 4, literalmente idênticos, parecíamos uma boy band dos anos 90. De The Boyz II Men à 50Cent, que em 4, viravam 2 dólares! Ou talvez Marky Mark (And the Funky Bunch) tenha povoado o sonho de algum game designer da Curve…

A jogabilidade tem sua crítica: ela é um pouco esquisita. Não denominar controles simples e clássicos de qualquer shooter, já é um erro. É comum de inicio tentarmos entender quais são originalmente os botões e suas funções ao passo que o jogo já está ali te orientando à uma tarefa em sua abertura, mesmo que aos poucos no tutorial lhe diga as funções presentes e seus comandos. Isso se você estiver jogando sozinho, óbvio. Em grupo, a necessidade de agir faz nos adaptarmos à eles, enquanto tentamos nos adaptar ao mistério de como interagir com o cenário, seus itens e em determinados momentos o que realmente precisa ser feito de ação para prosseguir. Temos claro um vídeo para mostrar como foi demorado entender as coisas, mas estando em 4 jogadores, me leva à achar que a maioria dos novos players poderão passar pela mesma má experiência.

Sem chororô! Vídeo Game é desafio, como eu costumo dizer. A gente se adapta morrendo e voltando, pensando em estratégias que funcionam e pouco tempo depois, dominamos os controles. Infelizmente não dá para configurar os layouts de controle, dentro do que conhecemos nos shooters. Fora isso, o jogo nos entregou uma experiência de combate bacana. São 2 armas que você pode carregar, fora a granada e melhorias adicionam outras possibilidades de ataque. Falando em ambientação e mapa, impressionou a dimensão quando chegamos no que eu acredito ser, o centro do mapa: Uma cidade colorida, cheia de vida, com diversas interações e locais de interesse.

Trilha sonora ok, não achei nada destoante e nem marcante. certamente não é o foco. Estrutura de menus e seus layouts entregam algo que eu já identifiquei em todo game que sai inicialmente para Microsoft Windows e é claramente um port para as plataformas de consoles: Letras miúdas, muitas sessões, nada tão direto, prático e objetivo. Por conta disso, gera uma pequena “batalha” criar um lobby e convidar os amigos. São ideias bobas e sem sentido como exibir uma lista generalizada de contatos online e offline misturados, sem ordem alguma, sem integração com a party no ambiente do console. Os servidores do game foram capazes de entregar erros de convites, e diversos engasgos. Eu considero um descuido primário estes pontos negativos, pois a fórmula já foi descoberta à tempos, basta segui-la.

Vamos à história? Trata-se da maior corporação do mundo( The Ascent) enfrentando um problema nos negócios, nos quais seus parceiros e protegidos tendem à ficar sem abastecimento o que pode desencadear problemas. Você surge como um mercenário, disposto à aceitar contratos de serviços para essa corporação. Entende-se que ninguém quis assumir a bucha, mas sempre tem alguém ambicioso e corajoso o bastante para aceitar: Você. A condução da missão e tarefas é apontada tanto pelos diálogos quanto radar e sempre que precisar de direção, apertar para cima no crosspad ativa um caminho meio que “gps” da parada.

Divertido em grupo e mais imersivo na história jogando solo, certamente é um título que não pode passar batido. Recentemente para os jogadores da plataforma Playstation ele foi dado gratuito como jogo mensal da Plus em Julho. Se você não aproveitou, ele custa R$149,50 na PS Store, R$99,00 na Xbox Store e Steam. Confira nosso gameplay em grupo abaixo:

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