Luto – Resenha

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Fala pessoal Muu chegando por aqui, mais uma vez “again” de novo e desta vez vou comentar sobre o jogo Luto, que segue um estilo de de terror psicológico.

Luto é uma experiência de terror psicológico em que você assume o papel de alguém incapaz de sair de casa. Cada tentativa de fuga leva você mais fundo para o desconhecido, onde nada é o que parece e tudo colocará os seus sentidos à prova.

O que se esconde por trás da perda: sinta o vazio deixado pela ausência de um ente querido, onde o desespero cresce, alimentado pela ansiedade e pela depressão. Dia após dia…

Entre a realidade e a ficção: mergulhe num lugar enigmático e explore os seus caminhos labirínticos cheios de segredos. A verdade tem muitos rostos – e pode não agradar o que você encontrar.

Não vai deixar você ir: experimente um terror inquietante que envolve os seus sentidos, com medos à espreita em cada canto. A escuridão não vive apenas nas sombras.

Nunca.

  • Versão do jogo: PS5
  • Tamanho total do jogo instalado: 12GB
  • Desenvolvedora: Broken Bird Games
  • Distribuidora: Selecta Play
  • Gênero: Terror
  • Data de lançamento: 21/07/2025
  • Resolução máxima do jogo: 4K 60FPS
  • Possui HDR: Sim
  • Ray Tracing: Não
  • Multiplayer: Não
  • Preço: PS5 R$: 114,90 / PC Steam R$: 59,99 / Xbox R$: 74,95

Opinião sobre o jogo Luto:

O gênero de horror nos games costuma flertar com o exagero: gritos repentinos, criaturas grotescas e aquele famoso susto fácil que, depois da terceira vez, já nem funciona mais. Mas, de tempos em tempos, surgem obras que decidem trilhar outro caminho mais sutil, mais psicológico. Luto é uma dessas experiências.

Ao invés de tentar ser “o próximo P.T.”, o jogo desenvolvido pela Broken Bird Games escolhe confrontar o jogador com um tipo diferente de medo: aquele que nasce do vazio, da repetição, da ausência de respostas.

O horror de não entender

“Este é um jogo sobre a morte”. A primeira frase que aparece ao iniciar Luto já diz muito. Não há introdução bombástica, nem susto planejado para o início. Em vez disso, o jogador desperta em um deserto, e logo depois, dentro de uma casa, um ambiente familiar, mas que se revela uma prisão.

A sensação de claustrofobia se instala rapidamente: não há para onde ir. Tudo parece normal, mas algo está definitivamente errado. E você está sozinho. Ou, quase: uma voz no telefone e um narrador misterioso te acompanham, guiando e, às vezes, confundindo ainda mais.

Puzzles, memória e o looping do luto

Luto aposta em uma jogabilidade minimalista, baseada em exploração e resolução de quebra-cabeças. O diferencial está no uso de ambientes que se repetem, se transformam e brincam com a percepção do jogador em uma clara homenagem à estrutura de P.T., mas levada além, com identidade própria.

Ao longo da jornada, o cenário se molda à medida que o jogador avança, revelando partes de uma narrativa fragmentada e profundamente pessoal. As pistas estão espalhadas em objetos, desenhos, rabiscos, áudios e tudo exige atenção e paciência.

E mesmo sem inimigos visíveis, a tensão é constante. Aparições sutis e obstáculos sobrenaturais surgem com frequência, desafiando a lógica e alimentando a atmosfera de desconforto.

Nada de sustos baratos

Ao contrário de tantos outros títulos do gênero, Luto se recusa a depender exclusivamente de jump scares. Eles até aparecem, mas são usados com parcimônia. O verdadeiro terror aqui vem da construção do ambiente, da trilha sonora opressiva e da sensação constante de que há algo errado, mesmo que você não consiga apontar exatamente o quê.

Essa abordagem mais madura torna o jogo uma experiência mais introspectiva. Se você busca sustos constantes e sustenta sua experiência no grito e na correria, Luto talvez não seja o que procura. Mas se prefere uma jornada mais atmosférica, onde o desconforto cresce aos poucos, o jogo é um prato cheio.

Visual e som

Visualmente, Luto não tenta reinventar a estética do horror. Ele segue o padrão de muitos jogos feitos na Unreal Engine 5, com filtros pesados e ambientes realistas. Em alguns momentos, isso pode dar uma sensação de familiaridade demais, quase genérica.

Por outro lado, quando o jogo decide ousar, ele brilha. Certos trechos surpreendem com efeitos visuais criativos e mudanças bruscas no ambiente que intensificam a sensação de estar perdido dentro de si mesmo.

O som, por sua vez, é impecável. O design sonoro é parte essencial da imersão: você ouvirá portas batendo, passos distantes, vozes abafadas. Cada ruído carrega uma intenção e reforça a atmosfera de instabilidade. A narração também surpreende, oferecendo momentos de humor ácido e comentários inquietantes.

Vale a pena jogar Luto?

Sim, com uma condição: esteja aberto a algo mais contemplativo. Luto não é sobre correr, sobreviver ou atirar. É sobre sentir. Sobre ser confrontado com a dor, o isolamento e os ciclos da perda.

Com duração média de cinco horas, a campanha é compacta, mas eficiente. E mesmo após terminar, há segredos e interpretações que podem te fazer revisitar a experiência, agora com outros olhos.

Luto não tenta preencher o vazio deixado por P.T.. Em vez disso, cria um vazio próprio e te convida a entrar nele.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Selecta Play.

Confira também: Eriksholm: The Stolen Dream – Resenha

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