Little Nightmares III – Resenha

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Muito esperado pelos fãs, Little Nightmares III enfim chegou para PC e consoles pelas mãos da Supermassive Games, agora no comando, e distribuído pela Bandai Namco Entertainment. Será que a Supermassive conseguiu superar a Tarsier Studios? Houve inovação? Vale a pena?

Essas são perguntas que eu respondo logo abaixo, vem comigo!

Sobre o jogo

Dois jovens amigos, perdidos num mundo aterrador e inóspito para crianças, que terão de encontrar uma forma de escapar de Nowhere e fugir de um destino pior do que a morte. Jogue com Low e Alone, dois melhores amigos que se conheceram neste mundo de pesadelo.

Aonde quer que você vá, Nowhere é o lar de monstros horripilantes. Estes residentes não hesitarão em fazer de tudo para capturar qualquer pequeno visitante intruso que atraia a atenção deles. Talvez você se veja em um jogo aterrorizante de esconde-esconde com o Bebê Monstro nas ruínas arenosas da Necrópole, lutando para evitar enxames de vorazes Gorgulhos-Doces em uma Fábrica de Doces inquietante ou esquivando de pés pesados enquanto corre pelo calçadão encharcado pela chuva de um parque de diversões imundo.

Você terá que se preparar para correr, se esconder ou até mesmo se defender de uma hora para outra para se manter a salvo.

Gráficos, Sons e jogabilidade

O belo universo distorcido de Nowhere continua com sua aura aterrorizante e ameaçadora, agora com um olhar mais sombrio e cheio de profundidade. Tiro o chapéu para a direção de arte pelo ambiente criado, que sempre exibe muitos detalhes, mesmo quando não são primordiais ao momento de gameplay.

A trilha sonora e os efeitos de som do game exercem um grande protagonismo com competência. Em diversos momentos eu tive que pausar o game achando que algum som específico estava vindo de algum lugar da casa. Os comandos continuam iguais, porém um pouco mais precisos e aptos a respostas rápidas, como geralmente o gameplay exige.

E o veredicto é…

Nós conhecemos a Supermassive Games do competente Until Dawn, mas agora no comando de Little Nightmares III, havia uma certa dúvida de como o terceiro jogo da franquia se sairia. Quase todos os elementos que fazem de Little Nightmares uma franquia tão adorada, estão presentes aqui e num aspecto geral, o estúdio soube reproduzir muito bem o mundo, o comportamento e o clima do jogo.

Porém, esse foi o limite que a Supermassive games se deu na produção do novo título. O game não inova e não tem tanta força assim como seus antecessores. Little Nightmares III imprime um ritmo menor e sem impacto, comparado aos outros dois títulos anteriores, e isto foge do que ansiosamente os fãs esperavam.

O jogo mantém ambientes belos e cheios de detalhes, mas na maioria das vezes apenas para a composição. Em muitos lugares o jogador irá apenas transitar sem ter elementos de interação ou propósito com aquele pequeno espaço, mesmo que vários detalhes chamem a atenção.

Em geral os puzzles estão lá apenas por estar – muitas vezes óbvios e sem grande impacto na experiência de gameplay. Faltaram os puzzles carregados de mistério que tornavam o gameplay satisfatório e contribuíam para o clima do jogo. De fato, só um específico durante todo o jogo eu achei inclusive, cruelmente interessante. De resto, achei que os demais não faziam o sentido de existir.

E isso torna fraca a experiência de gameplay com parte dele sendo roteirizado de forma vazia. Por muitas vezes, ultrapassar cenários e regiões significa um padrão repetitivo em questão de poucos minutos dentro do jogo. Passar por buracos, vãos e escotilhas na parede na falta de um outro tipo de obstáculo de transposição ou desafio torna a jornada menos interessante e gostosa de viver.

Eu até cheguei em uma parte do jogo em que me surpreendi, na qual para ultrapassar certo obstáculo o puzzle consistia num comportamento de cooperação entre eu e o personagem controlado pelo game, sem que precisássemos estar juntos no mesmo local. Fiquei me perguntando como aquilo poderia ser mais interessante se acontecesse mais vezes.

Um detalhe chato sobre game, o game foi um comportamento técnico, possivelmente um bug. Em diversas vezes em que o check point era carregado, algo faltava ou o comportamento da “IA” do game removia pequenos eventos ou movimentações.

Por exemplo, na parte final, há um momento que um item se torna um portal entre o mundo sombrio e o “passado”, ajudando o jogador a acessar locais destruídos ou com passagens obstruídas. Numa solução de puzzle falha em que era fácil morrer, meu respawn acontecia sem a presença deste item para continuar e concluir aquele desafio. Tive que reiniciar várias vezes e até fechar e abrir o jogo até que ele carregasse o item para que eu pudesse continuar!

Em outra situação, após passar de um grupo de criaturas no stealth, ao pular para dentro de um duto, só o meu personagem pulava e o controlado pelo game não, o que impedia de progredir, pois a passagem daquele cenário dependia de um esforço dos 2 personagens para empurrar uma escotilha.

Espero que esta correção possa ser feita, até porque o título propõe uma inovação de partida coop online que também pode ser feita através do “passe do amigo”, mas imagina esses bugs no modo coop?

Em se tratando da história e sua dramatização, o jogo não a conta muito bem. Há momentos interessantes, mas certamente no geral, o jogador vai ficar perdido tentando entender o que levou aqueles 2 personagens ao começo daquela jornada e as conexões com os outros jogos, a ponto de compreender melhor o desfecho. Como de costume muita coisa fica em aberto para ser contada em DLCs futuras, o que tira um pouco o brilho da experiência no jogo base.

Resumindo, Little Nightmares III faz jus à franquia em sua imagem, mas não supera seus antecessores e não inova em seu conteúdo. Alguns fãs acreditam que essa expectativa tão esperada sobre a aventura dos dois amigos venha a aparecer em REANIMAL, e faz sentido. A Supermassive Games produziu a versão aprimorada de Little Nightmares II , o que a colocou num papel de conhecer tecnicamente sobre o jogo, mas não entender completamente a visão para criar um novo capítulo que superasse na criatividade e clima, seu antecessor. Por isso sentimos que o jogo está meio sem sal, decepcionante.

Para os trophy hunters que buscam miletar/platinar o título, o jogo tem um fator replay interessante para quem gostaria de ter a franquia completamente platinada/miletada. Veja abaixo um panorama geral do meu gameplay, sem entregar spoilers:

Veja também: God of Weapons – Resenha

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