CONSCRIPT – Resenha

Em pleno 2024, a Catchweight Studio e a Team17 trazem à luz um tema e uma história que encontra muito espaço no mundo dos games. A 1ª Guerra Mundial (também conhecida como Grande Guerra) durou 4 anos e ficou marcada como uma guerra onde todos os conflitos se deram muito em trincheiras. CONSCRIPT adentra este cenário para trazer uma história até previsível, mas de um jeito totalmente novo.

O clima que o jogo imprime sobre o terror do conflito, é semelhante à aquela vibe que encontramos quando jogamos o 1° Resident Evil. Tudo muito escuro, a tensão e o horror à espreita em cada corredor e área. E apenas você em posse de qualquer arma que encontre para enfrentar este inferno.

Sobre o jogo

CONSCRIPT conta a história de um soldado francês nas trincheiras que precisa encontrar seu irmão desaparecido durante a Batalha de Verdun. Ao longo do caminho, você vai entrando em combate contra o inimigo, explorar cada canto das trincheiras e bunkers, ser capturado, reviver lembranças, vivenciar o horror do gás mostarda.

O jogo tem tem várias opções de dificuldade e finais, visuais desbloqueáveis e armas bónus. Além dos combates, o jogo propõe vários quebra-cabeças complexos no ambiente, além de certa estratégia no cálculo de rotas, para que você decida ou não, como vai explorar.

Gráficos, sons e jogabilidade

Pixel Art é usado como estilo gráfico numa visão isométrica mas dá um destaque muito bonito às partes do storytelling. Sons muito bem definidos e executados, desde os passos e o sacolejo dos equipamentos de combate, aos tiros e gritos. Quando jogado com o headphone, mais imersivo fica.

O mapa de controle é bom, mas você pode, jogando nos consoles, odiar um pouco a resposta deles, mas porquê? Você está na primeira grande guerra, nada é automático e você não é um ninja, mas um soldado carregando cerca de 30kgs à mais com você. Após o primeiro tiro de fuzil, não esqueça de recarregar.

E o veredicto é…

Eu esperava prata e encontrei ouro. O jogo imprime logo de cara uma dificuldade acima da média, mas isso é por conta de manter todo o espírito do jogo. Isso dá uma sensação imersiva do conflito. Quem já não assistiu 1917, Nada de Novo Atrás do Front ou qualquer outro filme que reproduz capítulos da primeira guerra e não viu alguma cena em que cara à cara com o inimigo a arma emperra, a baioneta enrosca na bainha e aquela aflição desencadeia medidas desesperadas de golpes e soluções para vencer o inimigo?

Pois o jogo entrega esse tipo de situação, na maioria das vezes. Você pode lutar ou pode fugir, mas dependendo da escolha, não terá os louros da guerra. Aqui a exploração pode ser meticulosa ou não. Curiosamente, o primeiro item à se adquirir no jogo, pela exploração, é um maço de cigarros. Que raios eu irei fazer com isso? (eu sei mas espero que você descubra por si!)

O storytelling tem um jeitão de filme, daqueles momentos doces de lembranças que alguns filmes sobre guerra permitem ter. Nesses momentos música e cenário fazem você esquecer por um simples momento o horror que irá encarar novamente. Save rooms, compartimento de itens e baús te lembram RE também.

Ao momento em que escrevo aqui, CONSCRIPT já me conquistou de um jeito em que decidi que irei deletar meu save de uma dezena de horas e começarei novamente. Só pelo prazer de dominar mais o jogo, viver toda essa experiência inicial e chegar ao final dessa jornada em que digo com certeza, já virou um dos grandes indies de 2024 e certamente será um clássico moderno.

Aos amigos Trophy Hunters, aviso que o jogo não tem uma platina fácil, mas com certeza é aquela especial pra constar na sua lista. Tenha fé!

CONSCRIPT teve seu lançamento em 23 de julho deste ano e está disponível para PC (via Steam), PlayStation 4 & 5, Xbox One & Series S/X e Nintendo Switch.

Veja também: Mists of Noyah – Resenha

Rolar para cima