Fala pessoal Mu chegando por aqui, mais uma vez “again” de novo e desta vez vou comentar sobre o jogo Cronos: The New Dawn, que segue um estilo de terror psicológico em um mundo macabro.
Descrição do jogo:
O jogo ocorre num mundo macabro, onde o brutalismo da Europa Oriental se depara com tecnologias retrofuturistas. Em Cronos: The New Dawn podes experimentar uma história envolvente onde o passado e o futuro convergem.
No passado, assiste a um mundo assolado pela Mudança, um evento cataclísmico que alterou a humanidade para sempre. Enquanto isso, nas terras devastadas do futuro, cada momento é uma luta pela sobrevivência contra abominações perigosas que irão testar os teus reflexos e pensamento tático.
És um viajante, um agente do enigmático Coletivo, encarregado de vasculhar o futuro em busca de fendas temporais específicas que te transportarão de volta para a Polónia da década de 80.
Ceifar almas
A tua missão consiste em encontrar pessoas importantes do passado, que pereceram no apocalipse. Ao usar uma ferramenta poderosa, poderás extrair a essência dessas pessoas, para que te acompanhem no futuro.
Planeia cada movimento
Num mundo desolado e repleto de perigos, a sobrevivência depende da tua habilidade de criar estratégias e antecipar problemas. Os inimigos que irás encontrar são criaturas grotescas, nascidas do que restou da humanidade. Para as derrotar, terás de usar todo o teu arsenal. Durante as batalhas, tomar decisões rapidamente significará a diferença entre a vida e a morte.
Trailer Oficial de lançamento:
Informações sobre o jogo:
- Versão do jogo: PS5
- Tamanho total do jogo instalado: 20GB
- Desenvolvedora: Bloober Team
- Distribuidora: Bloober Team
- Gênero: Terror
- Data de lançamento: 05/09/2025
- Resolução máxima do jogo: 4K 60FPS
- Possui HDR: Sim
- Ray Tracing: Não
- Multiplayer: Não
- Preço: PS5 R$: 339,90 / PC Steam R$: 249,00 / Xbox R$: 249,95 / Switch 2 R$: 249,00












Opinião sobre o jogo Cronos: The New Dawn:
A Bloober Team já não precisa provar seu talento quando o assunto é terror psicológico. Depois de conquistar espaço com Layers of Fear, Blair Witch e The Medium, e de assumir o ousado desafio de reimaginar Silent Hill 2, o estúdio polonês aposta em um projeto original: Cronos: The New Dawn. Longe de ser apenas mais um “survival horror”, o jogo busca combinar ficção científica distópica, exploração temporal e dilemas mentais que corroem tanto a protagonista quanto o jogador.
Se a sombra de Dead Space paira sobre ele, a semelhança funciona mais como ponto de partida do que como limitação. Cronos trilha seu próprio caminho ao entregar um enredo fragmentado por duas linhas temporais, mecânicas de combate tensas e uma ambientação que mistura ruínas industriais da Polônia com distorções gravitacionais bizarras.

Entre dois tempos e duas realidades
A jornada se desenrola em Nowa Huta, região industrial de Cracóvia. Nesse futuro arruinado, assumimos o papel de uma Viajante enviada por uma organização chamada Coletivo. Sua missão é coletar “essências” fragmentos de consciência de pessoas do passado, com a esperança de reconstruir um legado para a humanidade já destruída por um vírus devastador.
O jogo alterna entre:
- Um presente pós-apocalíptico, sufocado por fuligem e silêncio, após a catástrofe conhecida como “Mutação”;
- Um passado nos anos 80, onde o vírus começa a dar sinais de seu horror em plena atmosfera da Guerra Fria e do regime soviético.
Esse contraste cria uma narrativa que nunca se apoia em apenas uma camada: enquanto no futuro enfrentamos restos monstruosos chamados Órfãos, no passado testemunhamos os primeiros passos da tragédia, ao lado de personagens que ainda acreditam poder resistir.

Jogabilidade marcada pela urgência
Cronos mantém a perspectiva em terceira pessoa, mas evita exageros: o combate é direto, tenso e cruel. A grande ameaça são os Órfãos, que não apenas atacam em bando, mas podem se fundir com cadáveres, tornando-se versões ainda mais letais. Esse detalhe obriga o jogador a agir rápido, desferindo tiros críticos ou queimando inimigos no processo de fusão.
O arsenal é modesto, porém versátil. Pistolas, escopetas, carabinas e bombas oferecem ataques simples e carregados, cada um com efeitos distintos. O progresso do equipamento depende de fontes de energia escassas, mantendo o peso do gerenciamento de recursos como elemento central da sobrevivência.
Entretanto, o design dos inimigos nem sempre mantém o frescor: após algumas horas, a repetição das estratégias se torna evidente. Situações que pedem apenas recuperar uma chave ou ativar um interruptor acabam alongando a experiência sem trazer grandes novidades.

Sobreviver é também perder a si mesmo
Mais do que lutar, a verdadeira tensão surge quando a protagonista coleta essências. Cada memória absorvida fortalece sua jornada, mas também desgasta sua mente. Alucinações, vozes e visões começam a corroer sua sanidade, até que o jogador não sabe mais distinguir realidade de delírio.
Esse sistema não é apenas narrativo: cada essência concede habilidades passivas diferentes, mas só três podem ser mantidas ao mesmo tempo. Decidir quais manter e quais descartar torna-se uma escolha dolorosa, tanto mecânica quanto emocional.

Atmosfera acima de sustos
Cronos aposta menos em sustos imediatos e mais em opressão constante. O som é peça-chave: gritos distantes, sussurros de memórias roubadas e ruídos metálicos mantêm a tensão elevada. A trilha sonora, que mistura elementos eletrônicos distorcidos com batidas reminiscentes da ficção científica clássica, reforça o peso da exploração.
A variedade de cenários de fábricas em quarentena a hospitais abandonados e igrejas infestadas, garante uma boa diversidade visual, mesmo que o ritmo da campanha oscile entre momentos de grande impacto e outros de repetição de tarefas.

Considerações Finais
Cronos: The New Dawn é menos sobre derrotar monstros e mais sobre encarar as consequências de um mundo destruído pelo próprio ser humano. Não reinventa o gênero, mas entrega uma experiência imersiva, desconfortável e mentalmente desgastante, exatamente como um bom survival horror deveria ser.
Para quem busca um terror psicológico que une distopia, sci-fi e existencialismo, Cronos é um convite a caminhar entre ruínas, memórias e horrores que talvez não devam ser lembrados.
Pontos Positivos
- Ambientação densa e perturbadora, com cenários variados e bem construídos.
- Sistema de essências, que mistura narrativa e mecânica de forma criativa.
- Trilha sonora e design sonoro de alto nível, aumentando a imersão.
- Narrativa fragmentada em duas linhas temporais que se complementam.
- Possibilidade de múltiplos finais e rejogabilidade.
Pontos Negativos
- Combate tende à repetição após algumas horas de jogo.
- Estrutura de missões às vezes monótona e dependente de tarefas repetitivas.
- Checkpoints mal distribuídos, que forçam refazer trechos longos.
- Alguns inimigos se tornam “esponjas de bala”, alongando confrontos sem necessidade.
Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Bloober Team.
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