Citizen Sleeper 2: Starward Vector – Resenha

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Fala pessoal Muu chegando por aqui, mais uma vez “again” de novo e desta vez vou comentar sobre o jogo Citizen Sleeper 2: Starward Vector, que é a sequência do aclamado RPG, Citizen Sleeper de 2022.

A tão esperada sequência de um dos RPG mais celebrados de 2022!

Você é um sleeper, uma simulação da mente humana em um corpo artificial. Você está fugindo da corporação que te criou e da gangue que almeja te controlar. Comande uma nave, forme uma tripulação e uma rede de aliados e aceite contratos desafiantes em meio a uma jornada de autodescoberta.

Escolha uma classe, configure técnicas e forme uma tripulação em um sistema inspirado em jogos de mesa. Conforme o capricho dos dados, você fará escolhas difíceis em um mundo complexo. Remodelamos o premiado sistema de Citizen Sleeper para satisfazer tanto os fãs do jogo original quanto os novos jogadores.

DEIXE O PASSADO PARA TRÁS

Após uma tentativa desesperada de reescrever o código que controla seu sistema e se libertar da servidão, você fugiu de novo, desta vez com um corpo defeituoso, uma cabeça a prêmio e nenhuma memória do seu passado.

REINICIAR / RECONSTRUIR / REPARAR

O revolucionário sistema com dados de Citizen Sleeper está de volta, mas traz novidades. Controle o stress para evitar danos ao dado. Conviva com as falhas que se acumulam no seu sistema. Arrisque a sorte para fazer o ciclo valer a pena.

ARRISQUE A SORTE

Agora, cada classe de personagem têm uma habilidade única de “”Arriscar””. Ao usá-las, você pode facilitar um trabalho difícil ou mergulhar em uma espiral perigosa. Tudo depende de como ou quando você usa o recurso. Role de novo os dados para mudar o destino, ou use só um dado para apostar alto e levar tudo.

NAVEGUE NO CINTURÃO

Siga uma rota de estação a estação com liberdade total. Aceite trabalhos e missões conforme você preferir. Starward Belt é um mundo que recompensa a curiosidade e a dedicação, mas cabe a você decidir quais locais e histórias merecem mais atenção e recursos.

FAÇA O TRABALHO, RECEBA O PAGAMENTO

Contratos proporcionam uma nova experiência estratégica em Citizen Sleeper. Prepare-se com cautela e escolha a abordagem certa para cumprir trabalhos complexos de alto risco, porém com alta recompensa. Não se esqueça de se adaptar ao resultado dos dados e à imprevisibilidade de cada tarefa.

ESCOLHA SEU FUTURO

Escolhas são uma parte crucial de Citizen Sleeper, e a sequência se aprofunda no quesito ao proporcionar novos testes de habilidade que proporcionam maior interação com as cenas, bem como narrativas ramificadas que exigem escolhas difíceis. O futuro do personagem depende de você.

  • Versão do jogo: PS5
  • Tamanho total do jogo instalado: 670MB
  • Desenvolvedora: Jump Over The Age
  • Distribuidora: SURPRISE ATTACK
  • Gênero: RPG
  • Data de lançamento: 31/01/2025
  • Resolução máxima do jogo: 4K 60FPS
  • Possui HDR: Sim
  • Ray Tracing: Não
  • Multiplayer: Não
  • Preço: PS5 R$: 133,90 / PC Steam R$: 73,99 / Xbox R$: 92,45 / Switch R$: 73,99

Opinião sobre o jogo Citizen Sleeper 2: Starward Vector

Quando Citizen Sleeper chegou em 2022, ele chamou atenção por ser um RPG narrativo que fugia da curva: texto denso, escolhas significativas, e um universo de ficção científica que sabia pesar a mão onde precisava, sem parecer pedante. Agora, com Starward Vector, a tão esperada continuação, a proposta é mais ambiciosa, mais expansiva, e, paradoxalmente, mais inconsistente.

Antes de mais nada, sim: você pode jogar direto essa sequência sem ter tocado no primeiro. E talvez essa seja a melhor maneira de encará-lo, porque o que Starward Vector oferece não é exatamente uma continuação no sentido clássico, mas um novo experimento com as ideias do original e com resultados mistos.

Um mundo maior, mas nem sempre melhor

A principal novidade é o deslocamento. Em vez de ficarmos presos a uma estação espacial, agora cruzamos o sistema solar a bordo de uma nave com outros personagens. Parece incrível, certo? E em partes, é. Há mais variedade de cenários, tipos humanos, pequenas histórias espalhadas. O problema é que, nesse processo de ampliação, o jogo perde um pouco da intimidade que fazia o primeiro tão especial.

Em Citizen Sleeper, cada ciclo era uma rotina angustiante, mas familiar. Em Starward Vector, a urgência do movimento constante dilui a densidade emocional. Conhecemos muita gente, mas poucos se aprofundam de fato. Parece mais uma coletânea de contos interativos do que um arco narrativo coeso.

A promessa do grupo… e sua execução meia-boca

A introdução de uma tripulação é, sem dúvida, a mudança estrutural mais ousada. Ter companheiros que ajudam em missões, trazem novos dados e têm suas próprias histórias soa promissor, no papel pelo menos. Na prática, o sistema é subutilizado. A maioria dos personagens parece existir para reforçar sistemas de jogo, e não para gerar envolvimento real.

Mesmo Serafin, companheiro inicial, tem momentos bons, mas é mais funcional do que inspirador. Há interações interessantes, sim, mas a sensação é que o jogo não tem fôlego para sustentar o drama coletivo que propõe. Falta tensão entre os membros, falta conflito, falta consequência real nas relações. O “grupo” aqui parece mais uma interface de bônus passivos do que um núcleo narrativo.

O RPG ainda funciona, mas está começando a mostrar a fórmula

O sistema de dados continua interessante: rolar números a cada ciclo e decidir onde gastá-los cria um ritmo de decisões constantes, de tensão discreta. A nova mecânica de Stress adiciona uma camada útil de fragilidade, e a possibilidade de morte (ainda que quase simbólica) reforça o clima de sobrevivência.

Por outro lado, já começa a parecer fórmula. A gestão cíclica, os atributos, os riscos e tudo isso funcionava de maneira quase revolucionária no primeiro. Agora, soa mais como um velho truque. O sistema ainda é funcional, mas já não surpreende, e em alguns momentos, até atrapalha o fluxo narrativo. Especialmente quando o jogo exige atenção gerencial, mas não oferece complexidade estratégica proporcional.

Escrever bem é diferente de contar uma boa história

O texto continua competente. Gareth Damian Martin escreve com elegância, e a narrativa em segunda pessoa ainda é um diferencial bem-vindo. Mas há uma diferença entre prosa boa e narrativa engajante e Starward Vector sofre quando tenta ser mais literário do que lúdico. Há momentos belos, sem dúvida, mas o ritmo do jogo muitas vezes trava em parágrafos que, embora bem escritos, não impulsionam a história de forma significativa.

O tom humanista permanece, e isso é bom. O jogo sabe explorar os temas de precariedade, alienação e sobrevivência com delicadeza, sem cair em moralismos fáceis. Ainda assim, a maior parte dos dilemas soam como variações do que já vimos antes — seja no próprio jogo anterior, seja em tantas outras ficções científicas com consciência crítica.

Visual familiar, conteúdo reciclado

Visualmente, o jogo é quase idêntico ao anterior. Isso não é um problema em si, o estilo gráfico é marcante e eficaz, mas reforça a sensação de que Starward Vector é mais um DLC estendido do que uma sequência de fato. Mesmo com a promessa de novas localidades, a arquitetura e os elementos visuais não empolgam. Você vê lugares diferentes, mas sente que está sempre no mesmo.

Considerações Finais

Citizen Sleeper 2: Starward Vector é, sem dúvida, um jogo inteligente, sensível e bem escrito. Mas também é um título que se apoia demais na base que construiu anteriormente, sem ousar tanto quanto poderia e ou deveria.

Se você espera uma evolução narrativa e mecânica robusta, talvez saia frustrado. Se busca mais do mesmo com um pouco mais de espaço para respirar (literalmente), então a experiência pode ser gratificante. Ainda é um jogo acima da média em termos de narrativa no meio digital, mas sua ousadia começa a se dobrar diante do peso de suas próprias ambições.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Fellow Traveller.

Confira também: Citizen Sleeper – Jump Over The Age

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