Imagine conhecer, após 27 anos, uma franquia RPG única. E imagine que seu último título é exatamente uma porta de entrada para quem nunca jogou a franquia antes e também uma homenagem ao legado da série. Humanos, Divindades e Demónios são os clãs nesta história que você vai buscar liderar numa união. Há história, mitologia e espiritualidade neste universo, através de eventos e personagens únicos que vão lhe guiar numa grande imersão.
Eu, que realmente nunca tinha ouvido falar nesta franquia e este RPG chinês de ação, tive a impressão que o storytelling é denso e que além do tutorial inicial que é arrastado quando deveria ser prático e rápido, toda a trajetória teria muita riqueza de material e com isso precisaria de um ritmo mais lento pra se habituar e compreender tudo. Afinal você começa com um passo na história principal e várias sidequests bem ao lado e talvez, explorando a área inicial você acabe aderindo à varias delas. Há muita magia envolvida na história. Os elementos vão estar sempre presentes nas cutscenes e interações aleatórias com NPC’s. Faz parte e pode trazer uma certa confusão.
Falando tecnicamente sobre os gráficos. O jogo tem paisagens lindas e um aspecto visual bonito, mas EU achei ok. Fico com aquela impressão que poderia ser um pouco melhor, ter mais polidez aqui, detalhamento acolá. É possível perceber tanto no gameplay quanto cutscenes que faltou aquela polida. E quando falta polida, vários elementos que compõem a tela podem sofrer com isso, como acontece com o HUD. Todos elementos são pequenos, dificultando a identificação visual com clareza. Isso é uma característica normal de jogos que “vem do PC”(SIM, ele debutou no PC em 2021 e chegou recentemente aos consoles). Parece bula de remédio que você precisa de uma lupa pra enxergar as “letrinhas miúdas”. AH! lembrando que infelizmente o jogo não tem tradução em português.
O som é bom, tem uma boa execução no geral, só nas batalhas que eu notei meio descalibrado alguns sons que vinha dos inimigos. Mas pode ser que seja diferente sob headsets. A música casa com o tema e é bem encaixada no decorrer do jogo.
Os controles são bons no geral, com boa variedade de golpes, combinações e combos de fácil execução. Apenas notei que ao começar à jogar com a personagem Yue, alguns não encaixavam ou executavam quando no HUD aparecia o aviso animado do botão R2 para combinar com os botões X, ou Ʌ. Há Quick Time Events eventuais e em apenas 1 situação eles não responderam adequadamente, e eu tive que repetir.
O roteiro de Sword and Fairy faz com que no inicio o jogo pareça monótono e confuso, faltando a ação característica desse estilo de jogo(embora o tutorial inicial de apresentação do game seja ação pura). Você vai caminhar muito no cenário nas primeiras horas, em longas distâncias que podem até trazer uma certa frustração, mas depois de um tempo o pássaro mágico que te acompanha ganha a possibilidade de viagem rápida pelo mapa, o que facilita. Ele acerta ao apresentar diversas missões com mecânicas diferentes e embora alguns puzzles não sejam bem elaborados, eles são interessantes. Há um jogo de cartas no game que é bem bacana de se jogar, como todo mini-game que esse tipo de jogo oferece.
O jogo é recheado de missões e sidequests embora algumas delas são repetitivas e simplórias, tomando seu tempo e entregando recompesas inúteis. Fica aquela sensação de que aquilo definitivamente existe pra “encher linguiça” em aspecto negativo.
Minha avaliação final é que Sword and Fairy: Together Forever provavelmente vai conquistar o gamer que tem interesse e gosta da cultura asiática, principalmente as garotas. Vale à pena ter na sua biblioteca se você já conheceu os principais títulos do gênero ou se você é fã da franquia e claro se estiver numa promo. O jogo está disponível para Playstation 4/5, Xbox One, Series S/X e PC.