Skelethrone: The Chronicles of Ericona – Resenha

E quando um jogo nos decepciona? Ainda assim é possível criticar de uma forma justa? Claro! Skelethrone: The Chronicles of Ericona é um jogo que me decepcionou, em diversos aspectos.

A Valkyrie Initiative traz um jogo de ação 2D em plataforma, desenvolvido por Ksayfar que se diz inspirado em Castlevania e Dark Souls. E considerando os 2 estilos, eu persegui na gameplay as características que fazem do jogo um desafio ao ponto de se concretizar a tal proposta.

Sobre o jogo

O jogador assume o papel de Derek Ericona, um lorde destinado à morte por traição, mas que a evitou em favor de um destino mais sombrio. Você terá uma grande aventura inspirada em jogos soulslike. Monstros sedentos de sangue, criaturas divinas e batalhas épicas contra chefes. A história do jogo é moldada por escolhas que definirão sua jornada.

Mas em Skelethrone: The Chronicles of Ericona a história é colocada meio de lado durante a gameplay. Após umas 2hs ou mais você vai perceber que não há uma parcela, mesmo que pequena, de storytelling para ir dando corpo. Foque na mecânica e desça o p… ops, a espada!

Gráficos, sons e jogabilidade

O jogo apresenta uma boa identidade visual, porém sem tanto esmero no level design. Me causa estranheza o contorno da figura do personagem, bem como a animação em geral me parecer genérica demais. Em alguns momentos, temos pulos desafiadores sobre abismos em outros, mais escadas que em almoxarifado de loja de construção.

A jogabilidade, condensada na combinação de exploração e combate proporciona ao jogador desafios contra alguns inimigos e total desinteresse de embate contra outros, quando você descobre que demasiadamente aquele inimigo apresenta um modo fácil de matá-lo ou evitá-lo, e mesmo que a morte dele lhe renda uma moeda no jogo, evita-lo pode ser a melhor pedida em certos momentos.

Por outro lado, chefões se tornam combates medianos e satisfatórios, o que é incrivelmente difícil encontrar em jogos do tipo “souls”.

Os controles apresentam uma certa inconsistência em alguns casos, não encaixando quando deveriam. Cada arma traz uma vantagem e desvantagem no combate. Você acaba entendendo que nem sempre uma nova arma vai te deixar mais poderoso, embora upar a árvore de habilidades lhe traga diferenças significativas, à cada fase avançada. O som é razoável, bem executado e em diversas vezes efetivo, que alerta sobre inimigos que você não percebe se aproximando. As músicas não dão aquele impacto devido ao clima ou sentimento e se tornam até esquecíveis. Ora, eu sou uma criatura esquelética que busca vingança. Quer clima melhor pra uma boa trilha? Quando dou uma espadada o som é de qualquer coisa, menos de uma espada, ainda mais cortando corpos, carnes e membros.

E o veredicto é…

Quando lí previews do jogo, ecoava em vários a sensação que o jogo era parecido com Blasphemous. Quem dera se ele tivesse seguido fielmente a cartilha! A decepção começa quando se tem uma boa história mas muito mal aproveitada em conta-la. Você tem um mundo à explorar e não oferece a possibilidade de poder encontrar NPC’s que aos poucos vão lhe colocando à par de tudo e assim a história se completa. Ok, podemos aqui discutir sobre equipe, orçamento, mas em outro contraponto, considerando que contar uma história não se precisa muito… passou longe da inspiração alegada.

O melhor de uma mecânica de Metroidvania é poder contar com uma resposta dinâmica e precisa dos controles e permitir que o jogador sinta sua evolução entre upgrades e equipamentos. Não é bem assim o que acontece aqui. O melhor de um “souls” aqui, são os embates contra chefões, embora se note que o comportamento deles é bem cadenciado, não acompanham a sua movimentação. Um exemplo disso é observar nosso gameplay.

Mesmo o mapa de controles não sendo um dos melhores, o que eu percebi em Skelethrone: The Chronicles of Ericona é que há um nível de desafio até que justo, se percebido os detalhes mencionados e suas soluções. Eu não tive vontade de abandonar o jogo, eu tive vontade de explora-lo torcendo para que os problemas fossem isolados. Entender a melhor forma de upar o personagem na árvore de poderes, de escolher as armas e de como elas se dão à cada fase.

Digo que, a minha decepção com o jogo é que até a tela inicial, Skelethrone: The Chronicles of Ericona promete muito pelo nível competente de apresentação, mas não entrega a experiência no mesmo nível. Enfim, andei pelo grande mapa do jogo esperando a mesma emoção que encontrei na sua inspiração e não encontrei.

Skelethrone: The Chronicles of Ericona tem uma platina que eu considero morosa, então amigo trophy hunter, se você tiver um bom tempo para se dedicar à desafios específicos, bora encarar.

O título está disponível para todos os consoles da antiga e atual geração bem como PC desde o dia 07 de agosto de 2024.

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