Saborus – Resenha

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Em 2023, Saborus foi anunciado, chamando a atenção não só pelo seu tema, mas também por ser uma produção brasileira! Produzido pelo dev solo Jean Lima e o High Room Studio e publicado pela QUByte Interactive, o game foi uma das sensações do painel indie na 2ª edição da gamescom latam, que ocorreu entre abril e maio deste ano.

O título ganhou uma demo na Steam em 4 de junho e agora chega, não só para PC, como para todos os consoles da atual e geração anterior.

E o que achei do jogo? Vem comigo que eu te conto!

Sobre o jogo

Saborus é um horror survival cheio de tensão na qual você guia uma galinha corajosa por um matadouro mortal onde tudo quer matá-lo! Você, como a galinha, resolverá quebra-cabeças e enfrentará a perseguição implacável dos funcionários do matadouro Saborus.

Gráficos, Sons e jogabilidade

Buscando gráficos de alta fidelidade pela Unreal Engine, Saborus não decepciona. O ambiente é bonito, tem uma aura bem sombria e o clima é de expediente noturno. A galinha protagonista e seus movimentos são quase perfeitos e a dublagem, também.

A trilha sonora é ok. Imprime o tom certo mas sem grande impacto. Já a execução do som é algo que para mim, deixou a desejar. Quando a trilha altera entre o tema normal de desolação do jogo para a tensão – ao ver avistado pelo algoz, essa transição é sem impacto, sem o punch inicial de acordes que deveria. É um “corte seco” até ao término do momento de tensão, sem fade out.

Há um problema inclusive se você jogar com o volume baixo, sendo quase imperceptivel o papel do som justamente em te fazer perceber que foi avistado em alguma perspectiva nada óbvia. Parece que o jogo foi feito pra você jogar apenas no fone de ouvido, neste caso.

Os comandos são simples, com botões apenas para pular, correr e de ação e só achei que a resposta ao comando de correr, ainda mais nos momentos de perseguição tem reação lenta na disparada, o que no caso de uma galinha, sabemos o quanto ela é agil nesses momentos.

E o veredicto é…

Hoje não vai ter nuggets!

Em Saborus, o grande desafio é sobreviver sem bússola. O jogo é pouco intuitivo, fazendo com que o jogador se veja perdido sobre o que fazer e aonde ir, em diversos momentos. Isso não seria um problema, se você tivesse uma total liberdade de esmiuçar cada canto do ambiente de forma protegida das ameaças, sendo apenas necessário ficar atento às movimentações dos algozes, de forma mais ampla.

Mas o único indício na maioria das vezes são os passos dos algozes, porém isso é um protagonismo apenas do áudio e aqui a minha ressalva sobre o jogo ter sido desenhado para a experiência com fones de ouvido volta como lembrança.

Até então isso não é negativo, no meu ponto de vista. Mas o lance só fica claro quando você experimenta joga-lo usando os fones, não tem uma indicação no jogo que sugira isso. O gameplay certamente foi imaginado para que tudo fosse desvendado. Não há mini-tutoriais que explicam a situação e nem dicas eventuais de qual é o próximo passo.

Há raros momentos em que, num novo ambiente, o jogo aponta de cara o que é interativo com o ponto ou objeto brilhando na tela. Isso dá ao jogo uma dificuldade que embora seja justa num contexto de sobrevivência, controla o ritmo do jogo em “vá com calma, aja nas sombras”, mesmo que à qualquer momento você seja visto de surpresa e aí abandone tudo para fugir.

Há um botão de câmera invertida que inverte também os comandos, dando uma atrapalhada, no que poderia funcionar igual aos jogos de corrida e assim eu poder notar melhor qual é a distância em que eu estou do algoz na fuga e conseguir me espreitar, fora da vista dele, em algum esconderijo. Isso funcionou muito pouco, digo que apenas no início do game, consegui isso.

Sendo assim, por mais que Saborus seja uma bela idéia, bem executada no storytelling e traga tensão, construindo então uma personalidade que o difere de ser “mais outro horror survival previsível”, eu senti que esse pontos tiram um pouco brilho dele. Há jogadores que não ligam para diversos pontos aqui citados, mas há muitos que vão se sentir impactados com isso, sem entender que no fim desafio do jogo construído com tudo isso.

A lista de troféus traz aos amigos platinadores/mileteiros algo bem mediano, tranquilo de conquistar.

Saborus está disponível para PC (via Steam), PlayStation 4 & 5, Xbox One & Series X/S e Nintendo Switch 1 & 2.

Veja também: Where Winds Meet – Resenha

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