No Longer Home – Humble Grove

No Longer Home é uma visual novel point & click game, semi-biográfico e primeiro jogo do estúdio Humble Grove. O game tem um tema bastante presente na sociedade em dias atuais, que são os medos e dúvidas dos jovens acerca do seu futuro no mundo de hoje.

Estória: ficção baseada numa realidade

Bo e Ao estão se formando na universidade e se preparando para deixar o apartamento onde moraram juntos por um ano. Graças às limitações de visto, Ao é forçado a retornar ao Japão, deixando Bo na Inglaterra. Desiludidos com a vida pós-escolar e postos de lado por um governo que não os quer lá, ambos tentam aceitar o seu futuro incerto. E nas profundezas do seu apartamento no sul de Londres, algo cresce…

Ambientado em um mundo mágico e realista, o jogo convida à passear por um apartamento íntimo e examinar os pertences cotidianos de Bo e Ao. Faça churrascos, jogue videogame e fique acordado até tarde conversando na cama. Acompanhe as atividades e conversas do dia a dia de dois estudantes queer e não binários e seus amigos. Conheça Lu, o novo colega de apartamento com vários olhos e aparência animal.

No Longer Home nasceu quando os desenvolvedores foram igualmente forçados a se separar após a universidade e decidiram manter contato trabalhando juntos em um jogo. A dupla de desenvolvimento Hana e Cel escolheu este projeto como uma forma de explorar e expressar as emoções que surgiram ao se despedir.

Sobre o gameplay

Quem conhece o estilo visual novel sabe que é texto e diálogo pra todo lado e o point & click imprime um ritmo lento. Os controles são ok, tudo rola num apartamento, suas dependências e região e a mudança de perspectiva deixa a exploração melhor.

Os gráficos são simples e agradáveis, funciona bem o estilo no game. A trilha sonora bem bacana, do que eu pude entender sobre os diálogos e clima, são bem condizentes com o espírito do game no geral.

E o game oferece inclusive, de imediato, várias opções de acessibilidade, antes do primeiro acesso ao jogo, o que é positivo no meu ver.

E o veredicto é…

Olha, eu raramente me interesso por um jogo point & click e nunca por um visual novel e o motivo é a morosidade. Há quem goste, por isso é um jogo de nicho.

Para mim o point & click é algo que a premissa sendo boa, todo o restante pode ser bem atrativo e interessante pois instiga o investigativo, a curiosidade, montar os quebra cabeças daquela história fragmentada. Nesse caso de juntar os dois estilos, nem tanto.

Mas a minha impressão é que os criadores de No Longer Home não quiseram criar um jogo e sim promover um grande debate de um assunto muito válido, mas sem tanta profundidade e assertividade. Alguns diálogos me pareceram sem sentido, vazios. Em alguns momentos o jogo apresenta seções de diálogonas quais tanto faz a escolha da resposta ou de quem responde. Isso quebra a conexão entre o jogador e o personagem e elimina todo o objetivo da conversa.

Num universo intimista que o jogo traz, a profundidade é necessária pra um debate assim. Sem falar que o fator de inclusão à temas LGBTQIA+, exige que tenha essa profundidade, para que alguns jogadores tenham pelo menos a mente aberta para participar do debate e suas escolhas. O jogo também é curto o que me remete à impressão de que é um exercício de reflexão interativo, e isso não é bom.

Infelizmente, pra quem se interessa no game é bom estar com o inglês afiado, não há tradução PT-BR. Apenas inglês, japonês e chinês. Se você, se interessar, espere um promoção.

No Longer Home está disponível para PC(Steam), Playstation 4/5, Xbox One e Series S/X e Nintendo Switch.

Veja também: Elderand agora disponível para Xbox Series/One

Rolar para cima