Mists of Noyah – Resenha

Mists of Noyah é um jogo brasileiro da Pyxeralia Studio que à 4 anos debutou na Steam em Early Access e que chegou recentemente aos consoles  PlayStation 4 & 5Xbox One & Series S/X e Nintendo Switch através da QUByte Interactive. É um jogo de ação 2D de sobrevivência co-op com muitos elementos de RPG, baseando seu gameplay em muito crafting e roguelike.

Sobre o jogo

Em Mists of Noyah, você começa em um forte abandonado, que foi atacado e destruído pela corrupção, e terá que explorar o mundo, para encontrar os habitantes que conseguiram escapar do ataque, para reconstruir o forte e voltar pra guerra!

O jogo te dá a oportunidade de escolher entre 5 personagens distintos em suas características e basicamente o objetivo é coletar recursos como madeira, ferro, ouro, minérios especiais, plantas, comidas, e procurar habitantes perdidos do antigo forte durante o dia e à noite você terá que construir torres de defesa, se reagrupar com os habitantes encontrados e se proteger. Toda lua cheia, os demônios atacam pesado seu forte, e ficam mais fortes a cada ataque!

Gráficos, sons e jogabilidade

Gráficos pixelados e layouts clássicos dos antigos metroidvanias e RPG’s compoem o aspecto visual do game, que até aí, faz bem o seu papel. Particularmente eu não achei os sons e música algo de destaque e a jogabilidade mostrou uma falta de polimento, tendo em vista que o jogo não tem um tutorial, nem um mapa detalhado o que toma um aspecto contra-intuitivo em algumas situações de tomada de ações, por exemplo.

E o veredicto é…

O jogo tem grande potencial. O jogo é bonzinho, mas tem jeito de inacabado. Essa impressão ainda me passou por alguns relatos que encontrei na web de diversos jogadores, embora na Steam pelas análises de quem investiu no Early Access se mostre a mesma impressão, eu costumo entender o alcance e como ecoam as reclamações. O jogo tem um preço baixo, inclusive, mas mesmo assim não faz muito jus ao seu custo. O jogo carece de um tutorial para quem começa ele, é necessário se preparar para as mecânicas e ritmo do que se espera.

Eu achei que o jogo inclusive não imprime um ritmo mais acelerado ao jogador, ao ponto de que dá pra ir aos poucos se movimentando, lutando, entendendo o lance das coletas, do crafting e quando se chega ao “forte” ter uma base boa do que começar à providenciar para avançar pelo restante do mapa. Não é esforço fora do comum jogar o jogo hoje e pegar suas manhas, mas não é um esforço válido quando você notar que o jogo está abandonado e é um lugar vazio…

Somando-se à isso, os bugs que o controle enfrenta são ridicularmente primários. No próprio gameplay abaixo você vai perceber certo momento próximo ao final que eu tentava entrar em um portal ao apertar o botão designado e o game não respondia, foi responder em um outro portal e somente depois quando eu retornei ao Forte com dificuldade, à ele.

Há relatos na web sobre outros bugs no jogo porém comigo eles não se apresentaram, não posso afirmar que eles atualmente existem ou se de fato existem, se manifestam aleatoriamente e isso compromete ainda mais a gameplay. Eu sei, você pode até discordar de mim neste ponto. Mas o fato é que, jogar um game sabendo dos seus bugs e como seus bugs se manifestam pode ser melhor do que jogar sem ter idéia de quando eles vão se manifestar. E eu abordo aqui esta discussão pois muitos jogos bons recebem más avaliações por bugs bobos que não necessariamente estragam uma boa experiência.

No caso de Mists of Noyah , aí sim atrapalham e acredito que o mais interessado e insistente gamer em determinado momento iria se questionar do sentido de continuar jogando ou voltar ao jogo.

O comportamento da IA do jogo reforça esse sentimento pois há um desequilíbrio na aparição de inimigos/monstros e recursos de crafting. O mais engraçado é notar que antes de uma missão especifica de coleta de recursos, o tal recurso se mostraria de forma abundante, mas não contaria para a missão. Uma das minhas sensações ao jogar foi de que o jogo te “força” à despender umas boas horas por poucas recompensas. Não há storytelling e nem um recurso narrativo linear que te faça avançar no jogo e conhecendo sobre sua história e enredo.

E isso me chateia, pois como disse anteriormente, o jogo tem potencial. Navegando pelo grande menu disponível no game com as áreas de itens, criações, builds, equipamentos, compêndio de monstros e outros detalhes, você imagina que o jogo pode ter uma maior dimensão, que você poderá ter uma grande variedade de equipamentos e armas à criar e usar e somando isso ao fato de ter 5 personagens distintos que vão entregar experiências com fator replay.

Somado à isso as atividades possíveis no Forte, minha percepção é que se lapidado, a jóia se torna desejável! Mas fica o questionamento:

Será que a Pyxeralia pretende apenas monetizar com o jogo nas novas plataformas ou é uma aposta para obter mais recursos e dar continuidade ao seu projeto?

Veja também: MARS 2120 – Resenha

Rolar para cima