Laika: Aged Through Blood – Brainwash Gang/Headup

Quando Laika: Aged Through Blood apareceu no meu radar, denominando-se motorvania, confesso que eu fiquei muito curioso pra saber o que o estúdio Brainwash Gand e a Headup estavam oferecendo. Tudo o que eu tinha visto, me deixou empolgado para conferir a estréia.

Porém o jogo acabou atrasando e só agora, em 05/12/2023 que o jogo chegou aos consoles de fato, tendo sua estréia acontecido somente no PC(Steam), sem esquecer de que ainda ficou para 11 de janeiro de 2024 sua chegada ao Nintendo Switch.

Uma história de amor, vingança e esperança

A narrativa de Laika: Aged Through Blood segue a jornada de uma mãe coiote em uma busca sangrenta e sobre duas rodas para resgatar seu povo e proteger sua família. Motorvania vem dessa mistura de jogo de plataforma e tiro à bordo de uma moto. Aquele clima de desolação pós apocaliptica cheirando à gasolina como em Mad Max, dá um tom muito bacana ao game.

O enredo é muito bom, e inicia o jogador em um evento bem pesado. Laika enfrenta uma perda brutal e se vê diante do dever de proteção à sua cria e seu povo. O enredo então envolve o jogador à desvendar o que aconteceu…

Gameplay

Parte daí então o inicio de gameplay tímido, com avanço lento sobre o tutorial de comandos, habilitando aos poucos. Tudo à seu tempo, explicando as mecânicas e dando tempo à testa-las. Mas pegar o ritmo é confuso. Não sei se o desenho do mapa de controles é ruim, ou este foi o melhor desenho possível. Mas leva um tempo para se acostumar e é claro, conferindo com os trailers, o ritmo não é o mesmo. Isso pode impactar um pouco à impressão de quem joga.

Infelizmente não há opção de personalizar o mapa de controles, fico imaginando aqui se talvez ao tentar diagramar os controles como num jogo de corrida, ficasse mais prático para jogar. Não estou dizendo aqui que os controles são um problema. Provavelmente com a prática, o jogador acostume e consiga jogar e avançar com “um pé nas costas”.

Mas até o primeiro embate com um Boss, fica claro que é uma escola e aí você passa à entender o nível de desafio do jogo. E isso é bom! O jogo mostra que não é só mais um. Ele exige de fato que você aprimore sua habilidade aos controles, não só ter precisão de agir mas perceber os ângulos certos. Há necessidade de elaborar certas estratégias para avançar em vários momentos, sendo necessário pular, atirar e realizar malabarismos, tudo sincronizado numa tacada só.

Gráficos, música, sons

Nem preciso citar aqui, pois não é surpresa pelos trailers e artes de Laika: Aged Through Blood, o quanto a direção de arte entrega um game lindo aos nossos olhos e como tudo funciona como mágica, envolvendo a gente nesse universo que é apresentado. As animações, a ambientação, a interação e as camadas estão lá, montando uma beleza singular.

Os efeitos de som são bacanas e a música ambientada do jogo dá o clima certo à cada momento. E é curioso perceber que, diante de tantas inspirações, justo a mais “diferente” completa melhor o game. A trilha sonora original do game é performada pela cantora Beícoli, uma nova descoberta para mim até então, mas como é gostoso ouvi-la na gameplay. Me peguei cantando o tema principal.

E o veredicto é…

Particularmente eu criei minha expectativa do jogo ser mais fácil e caí do cavalo. Mas como eu sempre digo, “video game é desafio!” e Laika: Aged Through Blood oferece um dos bons, com sua nova visão entre mecânicas nos metroidvanias e se faz uma opção interessante quando por aqui falamos de games indie. Um game indie de luxo que provavelmente merece despontar em qualquer premiação da indústria. Assim como recentemente foi premiado de melhor jogo inovador na Bilbao International Games Conference, nesta última sexta feira.

Os pontos negativos que eu considero no game são a falta de configuração do mapa de comandos do controle e a falta do idioma PT-BR, pois considerando o que o game tem como idiomas disponíveis(Alemão, Chinês (simplificado), Coreano, Espanhol, Francês (França), Inglês, Japonês e Russo) e que português é a 5ª língua nativa e a 6ª língua nativa e segunda língua do mundo mais falada, num rank que põe Alemão, Francês,Japonês e Coreano muito mais atrás.

Acaba deixando o jogador de língua portuguesa excluído de entender de acompanhar os diálogos e entender a história de uma forma muito melhor. O jogo merece estar na biblioteca de jogos de quem gosta de um bom desafio, que curte o estilo metroidvania e sabe identificar um genuíno indie de luxo.

Laika: Aged Through Blood está disponível para PC (Steam e Epic Games Store), Playstation 4/5, Xbox One, Series S/X. Chega para Nintendo Switch em 11 de janeiro de 2024.

https://youtu.be/q5m1xy7N5P8

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