HOTEL BARCELONA – Resenha

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Fala pessoal Mu chegando por aqui, mais uma vez “again” de novo e desta vez vou comentar sobre o jogo HOTEL BARCELONA, que segue um estilo de jogo side-scroller 2,5D e que conta com a produção de dois desenvolvedores super influentes no mundo dos games, que são o Hidetaka Suehiro conhecido como “Swery65” e Goichi Suda conhecido como “Suda51”.

Justine, uma novata U.S. Marshal, pensava que esta seria apenas mais uma missão banal.
O que ela não sabia é que um acidente de carro bizarro no meio do nada iria mudar toda a sua vida, deixando-a presa num mundo novo e doentio: HOTEL BARCELONA.

Sete assassinos em série.
Um hotel assombrado.
E uma outra personalidade a lutar pelo controle da sua mente…

Conheça o Dr. Carnival: um monstro ancestral assassino, psicopata e implacável.

NESTE OUTONO, A MORTE TEM A CHAVE DO TEU QUARTO
Neste side-scroller 2,5D sangrento vindo diretamente dos seus piores pesadelos:
Desbrave vários andares de puro terror!
Enfrente assassinos inspirados nas sessões mais sórdidas do teu clube de vídeo local!
Sempre que “morres”, o teu «eu» do passado volta para lutar ao teu lado — e é um fantasma bastante rancoroso.

SANGUE É PODER
Quanto mais você matar, mais forte ficará.
Se o sangue deixar de correr… o próximo é você.

O DESPERTAR DE CARNIVAL
Liberte a força brutal do assassino dentro de ti.
Inverta o rumo da batalha. Torne-se uma lenda.

Não recomendado para:

  • Pessoas que desmaiam ao ver sangue
  • Fãs de jogos indies calmos de quebra-cabeças
  • Pessoas com medo de espelhos
  • Qualquer pessoa que ainda esteja a recuperar emocionalmente do filme Twin Peaks: Os Últimos Dias De Laura Palmer
  • Versão do jogo: PS5
  • Tamanho total do jogo instalado: 5GB
  • Desenvolvedora: White Owls, Grasshopper Manufacture
  • Distribuidora: CULT Games
  • Gênero: Ação
  • Data de lançamento: 26/09/2025
  • Resolução máxima do jogo: 4K 60FPS
  • Possui HDR: Sim
  • Ray Tracing: Não
  • Multiplayer: Sim (Compatível com até 4 jogadores online)
  • Preço: PS5 R$: 169,90 / PC Steam R$: 88,99 / Xbox R$: 112,45 

Opinião sobre o jogo HOTEL BARCELONA:

Quando Hidetaka “Swery65” Suehiro e Goichi “Suda51” anunciaram que uniriam forças, a indústria ficou em alerta. Não se trata de uma simples colaboração, mas do encontro de dois criadores que tratam o videogame como um campo de experimentação artística. Cada um à sua maneira, eles desafiam convenções e empurram os limites da sanidade criativa e Hotel Barcelona é o resultado mais direto dessa colisão.

O hospedeiro e o hóspede

A trama coloca o jogador na pele de Justine, uma agente federal americana que carrega dentro de si uma presença nada amigável: o espírito do assassino Dr. Carnival. O resultado é um duelo interno constante, onde sobrevivência e loucura caminham lado a lado dentro de um hotel amaldiçoado. O local, é claro, não é apenas um cenário, mas um organismo vivo, cheio de segredos, ecos e horrores que lembram o clássico O Iluminado, de Stephen King, uma influência que o jogo abraça sem pudor.

Entre o medo e o loop

Hotel Barcelona se organiza como um roguelike. Cada tentativa é um novo mergulho em andares e dimensões que se reconfiguram, revelando criaturas, armadilhas e chefes inspirados nos monstros dos filmes de terror das décadas de 1980 e 1990. A protagonista revisita o mesmo espaço inúmeras vezes, mas nunca do mesmo modo, o que transforma a frustração da morte em parte da narrativa.

O elemento mais fascinante está na forma como o jogo lida com o tempo: cada “eu” anterior de Justine reaparece como um espectro aliado, repetindo ações passadas para ajudá-la no presente. Assim, morrer não é apenas um castigo, é também uma forma de construir um exército de sombras que refletem suas próprias tentativas de escapar.

Caos controlado (ou quase isso)

A ação é intensa, brutal e estilizada. O combate mistura armas brancas e de fogo, tudo dentro de uma estrutura de progressão típica dos hack ’n slashes modernos. É possível melhorar habilidades, desbloquear equipamentos e até apostar recursos em um cassino, onde o azar é praticamente garantido. Há também NPCs duvidosos que vendem upgrades em troca de moedas, ossos ou… orelhas. Nada em Hotel Barcelona é normal — e é justamente por isso que ele é tão intrigante.

O problema é que o caos às vezes ultrapassa o limite. Os combates carecem de precisão, o ritmo é quebrado por tempos de resposta lentos e os saltos exigem uma precisão que o controle nem sempre entrega. Em um jogo que pune qualquer deslize, isso pesa.

Terror técnico

Mesmo com todo o brilho visual, iluminação dinâmica, efeitos de partículas exuberantes e cenários cheios de personalidade, o jogo sofre com quedas severas de desempenho. Em momentos de ação mais intensa ou durante o multiplayer, a taxa de quadros despenca, prejudicando a fluidez e tornando batalhas inteiras praticamente injogáveis. É um problema que não pode ser ignorado, já que atinge o coração da experiência.

Um colapso fascinante

Apesar dos tropeços, Hotel Barcelona é um espetáculo de conceito. Seu design fragmentado, sua estética grotesca e sua estrutura cíclica criam uma sensação constante de estranhamento e fascínio. O hotel, com seus corredores mutantes e seus vilões caricatos, funciona como um espelho distorcido do próprio gênero de terror, uma paródia cruel e ao mesmo tempo uma celebração.

A experiência é exaustiva, punitiva e, em certos momentos, frustrante. Mas há uma coerência nesse sofrimento: o jogo quer te quebrar, quer te forçar a recomeçar, quer que você perca o controle, porque é disso que se trata. O horror aqui não está apenas no que se vê, mas no que se sente.

Considerações Finais

Hotel Barcelona é um desastre brilhante. Um jogo imperfeito, mas que vibra com personalidade. Ele não quer ser amado, mas quer ser lembrado.
Com um elenco de ideias bizarras, mecânicas ousadas e problemas técnicos gritantes, é o tipo de obra que só poderia nascer da união de Swery e Suda. Um pesadelo jogável, imperfeito, fascinante e deliciosamente insano.

  • Ideia ousada e original
  • Mecânica de loop temporal inteligente
  • Atmosfera tensa e cheia de referências ao terror clássico
  • Direção de arte impressionante
  • Estrutura de gameplay viciante e dinâmica
  • Combate impreciso e com baixo impacto
  • Quedas de desempenho e bugs ocasionais
  • Objetivos confusos e progressão pouco clara
  • Conteúdo inicial limitado
  • Humor irregular que nem sempre funciona

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela CULT Games.

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