Dreams of Another – Resenha

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Fala pessoal Mu chegando por aqui, mais uma vez “again” de novo e desta vez vou comentar sobre o jogo Dreams of Another, que segue um estilo de aventura e que força o jogador a refletir sobre a vida durante a sua jornada no jogo.

Baiyon, diretor de PixelJunk Eden e artista multimídia, apresenta seu mais recente empreendimento artístico na forma de um jogo de afirmação da vida ambientado em um mundo de sonho efêmero.

Dreams of Another é um jogo de ação e exploração em terceira pessoa, construído em torno do tema filosófico “sem destruição não há criação”. Ao invés de atirar em objectos com o intuito de destruí-los, usual em jogos de tiro tradicionais, aqui, as armas têm o poder de materializar e criar o mundo. Esta mecânica desafia a sabedoria convencional do gênero e convida os jogadores a imergirem numa dimensão totalmente inovadora.

Características Principais:

  • Jogabilidade inovadora onde os tiros não destroem, mas sim criam.
  • Um mundo de sonho criado com recurso à tecnologia única de nuvem de pontos.
  • Uma história lírica centrada n'”O Homem em Pijama” e n'”O Soldado Errante”, progredindo através de objectos peculiares e diálogos com personagens.
  • Discursos humorísticos proferidos por diversos objetos sencientes que trazem à luz questões da sociedade humana de uma perspectiva misteriosa.
  • Uma trilha sonora única e experimental criada pelo próprio diretor Bayon.
  • Experiências revolucionárias da nuvem de pontos disponíveis no PS VR2.
  • Mergulhe totalmente no mundo da nuvem de pontos com detalhes vívidos e suaves graças à resolução impressionante do PS5 Pro Enhancements.
  • Versão do jogo: PS5
  • Tamanho total do jogo instalado: 3GB
  • Desenvolvedora: Q-Games Ltd.
  • Distribuidora: Q-Games Ltd.
  • Gênero: Aventura
  • Data de lançamento: 09/10/2025
  • Resolução máxima do jogo: 4K 60FPS
  • Possui HDR: Sim
  • Ray Tracing: Não
  • Multiplayer: Não
  • Preço: PS5 R$: 199,50 / PC Steam R$: 74,99 

Opinião sobre o jogo Dreams of Another:

Em tempos em que os jogos apostam cada vez mais na mistura entre cinema e interatividade, Dreams of Another surge como um experimento que desafia rótulos. Desenvolvido pelo estúdio Q-Games, conhecido por PixelJunk Eden, o título combina elementos de aventura e tiro em terceira pessoa com uma estrutura narrativa totalmente fragmentada, quase como uma colagem de sonhos e memórias.

Mais do que um jogo, é uma experiência sensorial e emocional, capaz de provocar reflexão e desconforto em igual medida.

Narrativa que desperta o inconsciente

A proposta de Dreams of Another é simples, mas ambiciosa: explorar a mente humana por meio de histórias que se cruzam em um espaço onírico. Aqui, o jogador vivencia fragmentos da vida de personagens distintos, um soldado que não consegue atirar, um homem preso em um sono sem fim, uma criança que se expressa através do som e até um palhaço triste.

Cada arco é curto e simbólico, mas todos convergem para o mesmo propósito: questionar o significado da existência e o poder da memória.

A ausência de linearidade narrativa pode afastar quem busca uma história convencional, mas é justamente essa liberdade que torna o jogo especial. Cada jogador interpretará as situações de forma única, com base em suas próprias experiências e emoções.

Gameplay: atirar para enxergar

A mecânica central de Dreams of Another é curiosamente paradoxal. O jogador precisa atirar para revelar o caminho, as balas não destroem, elas iluminam. O sistema lembra os shooters em terceira pessoa clássicos, com câmera sobre o ombro, roda de armas e mira precisa, mas o foco não está na ação, e sim na descoberta.

Não há inimigos, tampouco um senso de urgência. As balas são infinitas e servem para limpar a névoa dos cenários, abrindo passagens e descobrindo objetos interativos que disparam reflexões existenciais. É um uso criativo de uma linguagem típica dos jogos de ação para comunicar algo mais filosófico.

Em alguns momentos, a estrutura lembra walking simulators, mas com um grau maior de interação. Apesar disso, o ritmo pode parecer lento para quem espera algo mais dinâmico.

Atmosfera e direção artística

Visualmente, Dreams of Another é marcante. A estética em pixel art é usada de forma inteligente, criando ambientes etéreos e desconexos que traduzem a sensação de estar dentro de um sonho. A direção de arte acerta ao equilibrar o minimalismo com a densidade emocional das cenas.

A trilha sonora, composta por temas melancólicos e sutis, é um dos pontos altos da experiência. Ela dita o tom de cada sequência e reforça o caráter contemplativo da jornada. Há também um toque cinematográfico evidente, com influências visuais de diretores como Yorgos Lanthimos e Terrence Malick — o que confere ao jogo um tom artístico raramente visto em produções do gênero.

Realidade virtual e imersão

Totalmente compatível com o PS VR2 e utilizando muito da função tátil do controle do PS5, o título entrega um uso muito competente dos recursos de imersão. Os gatilhos adaptáveis e o feedback tátil reforçam a sensação de estar dentro daquele universo, enquanto o controle de movimentos torna a exploração mais natural.

A performance, no entanto, oscila em momentos com cenários mais orgânicos ou sobrecarregados de partículas, com quedas de FPS perceptíveis, mas sem comprometer a experiência geral.

Considerações Finais

Dreams of Another é o tipo de jogo que não busca agradar a todos. Ele exige calma, sensibilidade e disposição para mergulhar em temas existenciais e simbólicos. Sua estrutura experimental e ritmo contemplativo podem afastar o público mais casual, mas para quem aprecia experiências autorais e provocativas, trata-se de uma das produções mais intrigantes do ano.

Entre poesia digital e reflexão filosófica, Dreams of Another entrega uma jornada que vai além do entretenimento, é uma meditação interativa sobre o ato de sonhar e sobre o que significa ser humano.

  • Narrativa experimental e emocionalmente envolvente
  • Visual e trilha sonora de forte identidade artística
  • Boa integração com recursos de realidade virtual
  • Mecânica de “atirar para iluminar” criativa e simbólica
  • Ritmo lento e potencialmente cansativo
  • Quedas ocasionais de desempenho
  • Estrutura não-linear pode confundir o público tradicional

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Q-Games.

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