Dispatch – Resenha (em andamento)

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Fala pessoal Mu chegando por aqui, mais uma vez “again” de novo e desta vez vou comentar sobre o jogo Dispatch, que segue um estilo de jogo narrativo com uma pegada inovadora.

Dispatch é uma comédia de trabalho de super-herói situada na Los Angeles dos dias de hoje, dos escritores de Tales from the Borderlands e The Wolf Among Us, apresentando um elenco estelar que inclui Aaron Paul, Laura Bailey e Jeffrey Wright.

Você joga como Robert Robertson, o Homem-Meca, cujo traje mecânico é destruído numa batalha contra o nêmese dele, obrigando-o a aceitar um emprego num centro de missões de super-heróis: não como herói, mas como coordenador.

Nesse papel, você fica encarregado de uma equipe de ex-supervilões que recebeu uma chance de se redimir. Gerencie e ganhe níveis para seu elenco, enquanto lida com relacionamentos e romances no escritório, além de reconstruir seu traje para ter uma chance de se vingar!

Molde a história

Em Dispatch, cada decisão que você tomar influencia a narrativa que se desenrola. Da conversa fiada na sala de descanso a situações de vida ou morte em campo, suas escolhas afetam seus relacionamentos com os heróis, as lealdades deles e o rumo que sua história vai tomar.

Envie seus Heróis

Use o mapa estratégico para rever as emergências atuais e despachar os heróis certos (ou errados) para cuidar delas. Calcule bem os riscos e recompensas ao tomar decisões táticas, sabendo que cada escolha poderá ter consequências duradoras para a equipe e a cidade.

Gerencie seu Elenco

Gerenciamento de heróis às vezes vai além dos poderes deles. Cada herói vem com particularidades, defeitos e bagagem com que você terá que lidar para manter a equipe unida. Melhore as habilidades e desbloqueie perícias para aumentar a eficácia deles em campo.

Mesclando narrativa, estratégia e humor, Dispatch explora o que significa ser herói, esteja você voando pela cidade ou detrás de uma escrivaninha.

  • Versão do jogo: PS5
  • Tamanho total do jogo instalado: 15GB
  • Desenvolvedora: AdHoc Studio
  • Distribuidora: Adhoc Studio, Inc.
  • Gênero: Estratégia, Aventura, Ação
  • Data de lançamento: 22/10/2025
  • Resolução máxima do jogo: 4K 60FPS
  • Possui HDR: Sim
  • Ray Tracing: Não
  • Multiplayer: Não
  • Preço: PS5 R$: 90,90 / PC Steam R$: 88,99 

Opinião sobre o jogo Dispatch:

Durante muito tempo, o nome Telltale Games foi sinônimo de histórias fortes e decisões difíceis. A fórmula inaugurada com The Walking Dead (2012) redefiniu o gênero narrativo e inspirou uma geração inteira de jogos focados em escolhas morais. Porém, o tempo não foi gentil: sucessos pontuais não impediram que a empresa desmoronasse em 2018, encerrando um ciclo marcante.

Mas o fim de uma era raramente é definitivo. Das cinzas da antiga Telltale surgiu a AdHoc Studio, formada por veteranos que decidiram preservar a essência da narrativa interativa, agora com uma nova identidade e liberdade criativa. E é nesse espírito que nasce Dispatch, lançado em 22 de outubro para PS5 e PC.

Entre heróis e burocracia

Ao contrário de muitas histórias de super-heróis, Dispatch não se apoia em cenas de ação exageradas ou combates coreografados. Seu foco está na estrutura do poder, na gestão da imagem e na relação entre humanidade e heroísmo.

Robert Robertson, o piloto por trás do lendário Homem-Meca, é o fio condutor dessa reflexão. Um homem comum, sem dons sobrenaturais, que tenta manter vivo o legado do pai através de um robô colossal. Mas, após uma derrota amarga, ele se aposenta… até ser recrutado secretamente para o programa RES, uma espécie de agência reguladora de super-heróis.

O que poderia soar como mais uma aventura de ação vira um retrato satírico e humano do mito heroico. Os dois primeiros episódios funcionam como um laboratório moral: quem define o que é ser um herói? O que vale mais o poder ou a intenção?

Uma série interativa com alma de animação

Desde o anúncio no The Game Awards 2024, as comparações com Invincible são inevitáveis. O estilo visual carrega o mesmo traço vibrante e expressivo, mas Dispatch não busca o choque gráfico da série da Amazon. Em vez disso, aposta em um humor ácido, uma linguagem adulta e temas provocativos, inclusive com nudez e diálogos crus.

Há espaço para ação, sim, especialmente nas sequências em que o jogador controla o meca em meio a QTEs cinematográficos. Mas o grande mérito de Dispatch está na construção de seus personagens e na naturalidade das conversas, que misturam ironia e humanidade em doses precisas.

Escolhas que realmente pesam

Embora mantenha a espinha dorsal dos jogos da Telltale, escolhas de diálogo que moldam o destino da história, Dispatch adiciona uma camada de estratégia. Entre um diálogo e outro, o jogador precisa gerenciar missões, distribuir heróis e avaliar riscos com base em seus atributos.

Essa mistura de narrativa e gerenciamento dá ritmo e propósito à experiência. Pequenos minigames, como seções de hacking, quebram a linearidade e reforçam a imersão sem comprometer o fluxo da história.

Episódios 3 e 4: quando o herói aprende a cair (e levantar)

Depois de uma estreia que dividiu opiniões, Dispatch voltou com tudo. No dia 29 de outubro, a AdHoc lançou os episódios 3 e 4, continuando a saga de Robert, o líder improvável da Equipe Z, um grupo de ex-vilões tentando provar que podem ser algo melhor. O que parecia apenas uma expansão da trama se revelou algo muito maior: uma virada criativa e emocional que muda a forma como enxergamos esse universo de super-heróis falhos.

A promessa começa a se cumprir

Os dois novos capítulos não só mantêm o nível dos anteriores, como ampliam tudo o que o jogo vinha construindo: drama, dilemas morais e uma narrativa cada vez mais madura. É impressionante ver Dispatch evoluir de uma boa ideia para algo que já pode ser colocado na mesma conversa que The Boys ou Invincible, não por copiar, mas por entender o peso das decisões e o custo de ser “herói”.

Invisigal e o coração da história

Enquanto os dois primeiros episódios serviram para apresentar o universo da RES e o papel de Robert como coordenador, agora é a vez de Invisigal brilhar. A personagem ganha uma presença marcante e um arco pessoal que traz camadas emocionais inesperadas. Pela primeira vez, Dispatch faz o jogador sentir o impacto de suas escolhas e decisões que, embora sutis, prometem ecoar nos próximos capítulos.

Entre dilemas éticos e relações conturbadas, vemos Robert lidar com o peso do comando. Logo no início, ele é forçado a demitir um dos membros da equipe, uma decisão difícil que muda a dinâmica do grupo. Ao mesmo tempo, o roteiro ousa explorar um vínculo crescente entre ele e Invisigal, sem esquecer da tensão latente com a Loira Luminar. Há segredos, promessas e uma reviravolta que faz cada diálogo ganhar novo significado.

Jogabilidade que cresce junto com a trama

O sistema de gerenciamento — antes visto apenas como uma ponte narrativa, agora se consolida como parte vital da experiência. As missões se tornaram mais complexas e exigem estratégia real. Cada herói possui atributos que podem ser aprimorados, e as novas habilidades passivas tornam o gerenciamento mais recompensador. As tarefas de hackeamento, antes simples, agora pedem atenção e lógica, funcionando como um intervalo inteligente entre as cenas cinematográficas.

Essa estrutura híbrida entre jogo narrativo e RPG leve dá a Dispatch um ritmo dinâmico que raramente se vê no gênero. É envolvente sem ser repetitivo e o prazer de alcançar 100% de sucesso em uma missão é genuíno.

Um passo além na narrativa interativa

Muitos jogos narrativos tropeçam ao tentar equilibrar interatividade e história. Dispatch não. Ele encontrou o ponto de equilíbrio. Cada decisão tem peso, cada missão reforça a temática e cada escolha faz o jogador pensar. Há um senso de construção contínua, de que estamos moldando, junto com Robert, um novo tipo de herói.

Conclusão: Episódios 3 e 4

Os episódios 3 e 4 consolidam Dispatch como uma das narrativas mais promissoras sobre super-heróis da atualidade. A escrita se torna mais ousada, os personagens mais humanos e o gameplay finalmente se encaixa como parte do todo.

O que começou como uma curiosidade agora soa como um potencial clássico moderno. Se a AdHoc mantiver esse ritmo, Dispatch pode preencher com louvor o vazio deixado por The Boys e Invincible, com a vantagem de nos colocar no controle de cada escolha.

Considerações Finais

Os dois episódios iniciais de Dispatch deixam claro que a AdHoc não quer apenas repetir o passado, quer ressignificá-lo. O jogo combina o melhor da narrativa interativa clássica com uma estética moderna e uma dose saudável de autocrítica.

É um projeto que não tenta ser The Walking Dead 2.0, mas sim uma reflexão sobre o que o gênero pode ser hoje. E, considerando o potencial do elenco e o cuidado visual da produção, há motivos de sobra para acreditar que estamos vendo o início de uma nova era para esse tipo de experiência.

Os próximos capítulos chegam em 29 de outubro, e o final está marcado para 12 de novembro. Se o que vimos até agora for um indicativo, Dispatch pode não só reviver a glória dos velhos tempos, mas redefinir o que significa ser um jogo narrativo em 2025.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Adhoc Studio.

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