Date Everything! – Resenha

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Fala pessoal Muu chegando por aqui, mais uma vez “again” de novo e desta vez vou comentar sobre o jogo Date Everything!, que segue o estilo de jogo de encontros amorosos.

Naquela vontade de partir para os finalmentes com a sua lareira? Anseia pelo doce abraço do seu refrigerador? Nossa Edição de Compra Antecipada fará toda a diferença na jogabilidade!

  • Sua personagem sempre acordará um minuto mais cedo, e todos os relógios marcarão 8h59!
  • Um passarinho fofinho aparece para cantar para você! Acho que isso é para ser uma coisa boa!

O excitante Date Everything apresenta uma premissa inédita no gênero de simulador de namoro. Graças à tomada do seu trabalho pela IA, o seu bacharel em atendimento ao consumidor infelizmente vai parar na lata do lixo. Porém, certo dia, um estranho misterioso te envia um presente: óculos mágicos de “aviamor” que não apenas dão vida à sua casa, como também a tornam namorável!

Todos os objetos namoráveis vão se abrir, ter suas próprias histórias a contar e potencialmente se tornar seus amantes, amizades ou inimigos. Ao longo da sua jornada, um número exaustivo de dubladores estadunidenses conhecidos vai te fazer companhia!

O jogo conta com:

  • Cem personagens namoráveis
  • Diálogos totalmente dublados
  • Narrativas ramificadas
  • Pelo menos três finais por personagem namorável
  • Uma enxurrada de trocadilhos!
  • Versão do jogo: PS5
  • Tamanho total do jogo instalado: 7,28GB
  • Desenvolvedora: Sassy Chap Games
  • Distribuidora: Team17 Digital Ltd.
  • Gênero: Simulação
  • Data de lançamento: 17/06/2025
  • Resolução máxima do jogo: 4K 60FPS
  • Possui HDR: Sim
  • Ray Tracing: Não
  • Multiplayer: Não
  • Preço: PS5 R$: 159,90 / PC Steam R$: 107,00 Xbox R$: 149,50 / Switch R$: 149,50

Opinião sobre o jogo Date Everything!:

Em um mercado cada vez mais saturado de simuladores de namoro genéricos, Date Everything surgiu prometendo uma reviravolta ousada: transformar cada objeto da sua casa em um possível pretendente romântico (ou inimigo mortal). A proposta é, no mínimo, excêntrica. O problema é que, entre o absurdo e o encantamento, o jogo parece esquecer de ser realmente jogável ou significativo além da piada inicial.

Desenvolvido pela Sassy Chap Games e publicado pela Team17, o título se destaca no primeiro impacto: sim, você pode namorar seu chuveiro. Ou a sua toalha. Ou discutir a relação com uma escova de dentes. A dublagem é impecável, com nomes de peso como Ray Chase, Robbie Daymond e Matt Mercer dando vida a pias e portas com um entusiasmo quase constrangedor. Mas passada a primeira hora de riso e surpresa, a pergunta inevitável surge: e agora?

O charme não se sustenta

A promessa de interações com 100 personagens em uma única campanha parece impressionante até que você perceba que a maioria dessas interações gira em torno de diálogos repetitivos, piadas que se estendem demais e mecânicas simplificadas a ponto da exaustão. Com mais de 70 mil linhas de diálogo e 11 mil imagens desenhadas à mão, o jogo confunde quantidade com profundidade. Poucos personagens têm arcos realmente interessantes, e os que têm são engolidos por um excesso de bobagens forçadas.

Os desenvolvedores até tentam adicionar camadas, oferecendo opções para lidar com temas sensíveis, por exemplo mas a verdade é que essas tentativas parecem jogadas em meio ao caos, como se alguém dissesse: “vamos colocar um momento sério entre uma piada sobre o bidê e um trocadilho com o micro-ondas”.

Sistema de progressão

Há uma estrutura por trás do caos. Cada interação aumenta atributos como Empatia ou Carisma, e certos objetos exigem níveis específicos para se tornarem “realizados” e ganharem vida de verdade. Mas esse sistema rapidamente se revela burocrático, uma desculpa para esticar artificialmente o tempo de jogo. Com cerca de 80 horas para completar tudo, a maior parte desse tempo é gasto navegando por textos longos demais para o que realmente entregam.

Brilho técnico, coração perdido

Visualmente, Date Everything é charmoso. A arte é caricata e colorida, com designs que conseguem dar personalidade até a um simples cabide. A atuação de voz também é um ponto forte e talvez o maior responsável por manter os jogadores presos por mais tempo do que deveriam. Ainda assim, há um desequilíbrio gritante entre a energia investida na estética e a falta de refinamento no design de jogo em si.

A ideia de permitir que os objetos expressem desejos, frustrações e até traumas é criativa. Porém, em muitos casos, o humor dilui qualquer chance de impacto emocional real. Quando tudo é feito para ser engraçado o tempo todo, nada realmente importa — e o próprio jogo parece fugir de qualquer responsabilidade narrativa mais madura.

Inclusivo, sim. Mas isso não salva tudo

É louvável que o jogo se esforce para ser inclusivo, oferecendo personagens com diferentes formas, histórias e traços de personalidade, além de ferramentas para evitar gatilhos. Mas até mesmo isso parece fazer parte da “performance”, sem se integrar de maneira natural ao todo. A diversidade está lá, mas perdida em meio a uma avalanche de nonsense.

Considerações Finais

Date Everything é um exemplo clássico de uma ideia genial que não soube quando parar. O conceito é engraçado, as vozes são incríveis e o visual é encantador, mas tudo isso está a serviço de uma estrutura frágil, arrastada e que tenta fazer graça com tudo o tempo todo, até não sobrar mais nada.

Se você gosta de jogos absurdos e tem uma paciência infinita para humor pastelão com estética de anime e piadas sobre privadas francesas, vá fundo. Mas se procura um simulador de namoro que diga algo além do óbvio, talvez seja melhor procurar em outro cômodo da casa.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Team 17.

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