CD Projekt afirma que foi uma decisão tecnológica oferecer apenas uma expansão em Cyberpunk 2077

A história de Cyberpunk 2077 é muito similar à de No Man´s Sky. O jogo prometeu, gerou expectativas e no seu debute, decepcionou. Porém o estúdio que o desenvolveu, além de enfrentar as críticas, resolveu colocar as mãos na massa e corre atrás do prejuízo à quem, de verdade, resolveu apoiar!

Há quem tenha virado as costas ao título e acompanhado as coisas por cima dos ombros, de má vontade, fazendo o exercício sempre equivocado de “torcer contra”. Toda vez que um consumidor de entretenimento como um jogador de videogames, torce contra o sucesso de qualquer jogo ou produto do seu meio, torce contra seu benefício e nem se dá conta disto. Eu lembro muito bem quando em 2016, aquela euforia em No Man’s Sky tomava conta do lançamento e a gente queria ver tudo aquilo que foi prometido e anunciado acontecendo ao apertar o play. Geração procedural era um lance fantástico que precisava ser testemunhado e entendido, empolgava nas possibilidades! Mas houve problemas que tiraram o brilho, o encanto e a certeza que mais um grande jogo chegava pra mudar tudo naquele momento.

Eu não estava entre os privilegiados da pré-compra, nem na fila do caixa em alguma loja no dia do lançamento, ávido à pagar e ir pra casa conferir aquele jogo promissor. Eu acompanhava os relatos e “noticias de mea culpa” que os surfistas da imprensa especializada jogavam na rede sobre o que estava acontecendo e os problemas que o game estava enfrentando e sentindo um misto de alívio com decepção. Muita gente devolvendo o game, protestos e mais protestos pela internet. Foi um inferno pra Hello Games, como um balde de agua fria nos seus planos futuros, com certeza. E com a CD Projekt deve ter sido a mesma coisa.

Porém as duas buscaram resolver as coisas. Mostraram que eram grandes e competentes o suficiente pra fazerem isso. Pois 1 ano depois do lançamento de NMS, quando encontrei o jogo numa gôndola de uma grande loja varejista com o singelo preço de R$49,90, voltei meus olhos pras noticias recentes sobre o game e decidi compra-lo. A promessa era que o jogo estava com seus problemas resolvidos e estava sendo muito elogiado pelos que não abandonaram o barco e mantiveram suas cópias em posse. Lá fui eu embarcar nessa aventura e digo: QUE AVENTURA!

Só sei que em pouco tempo fiz questão de platinar o game e hoje, ao buscar maiores informações, estou positivamente espantado em saber o quanto de atualizações gratuitas recebeu, o quanto enriqueceu o conteúdo e o quanto o jogo valorizou, inclusive no seu preço. E digo sem sombra de dúvidas, com a noticia de que mais uma expansão gratuíta vem de que vale cada centavo hoje ter esse jogo. Dada as devidas proporções a Hello Games sentiu o gostinho que a Rockstar Games vem sentindo há tempos com GTA V. E acredito que a CD Projekt também possa estar sentindo esse gostinho.

O drama em torno do lançamento de Cyberpunk 2077 e subsequente sua retirada de venda da Playstation Store, bem como os números gerais de vendas do jogo, não tiveram nada a ver com o que atualmente a CD Projekt propõe, com a DLC, garantiu Michał Nowakowski – executivo da empresa – em uma sessão de perguntas e respostas com investidores realizada na noite passada(revelada pela VGC): “Esta é a única expansão do jogo e não tem nada a ver com os números e com o quão satisfeitos ou não estamos com as vendas ou algo do tipo.”

“A mudança da CD Projekt do RedEngine – sua própria plataforma de desenvolvimento interna – para o amplamente utilizado Unreal Engine, foi o fator central aqui”, continuou Nowakowski. “Para ser honesto, é uma decisão tecnológica”, disse Nowakowski. “Esta é a última vez que trabalhamos no RedEngine, pelo menos por enquanto, e num futuro próximo, como vocês sabem, estaremos trabalhando no Unreal Engine da Epic. Esta foi uma das principais razões pelas quais decidimos que isso era o único.”

Phantom Liberty chega para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X/S em 26 de setembro. Ele adiciona um conjunto de novas armas, ciberware e roupas, uma nova árvore de habilidades, outro distrito da cidade para explorar, dezenas de outras missões de história, combate de veículos e um limite de nível aumentado. E o futuro só reserva a sequência do título ainda sem definição de data alguma, pois a CD Projekt parece estar mais adiantada em seus planos para um quarto grande jogo da franquia The Witcher , com 260 funcionários agora trabalhando no título, e muitos mais prontos para se juntarem quando Phantom Liberty for lançado.

Só me resta esperar, não criar expectativas e torcer, sempre pelo sucesso dela!

Rolar para cima