Fala pessoal Mu chegando por aqui, mais uma vez “again” de novo e desta vez vou comentar sobre o jogo A.I.L.A., que segue um estilo de terror em primeira pessoa e que se passa num ambiente de IA ficcional.
Descrição do jogo:
Jogue sozinho e teste uma nova e revolucionária IA ficcional. Mergulhe em experiências de terror perturbadoras como testador de jogos. Sobreviva a experiências sombrias e inquietantes criadas pela A.I.L.A. que atacam os seus medos mais profundos e obscuros.
Evade e fuja de um culto ritualista, resolve puzzles horripilantes, participe em combates viscerais contra mortos-vivos medievais e muito mais…
Trailer Oficial de lançamento:
Informações sobre o jogo:
- Versão do jogo: PS5
- Tamanho total do jogo instalado: 15GB
- Desenvolvedora: Pulsatrix Studios
- Distribuidora: Fireshine Games
- Gênero: Terror
- Data de lançamento: 25/11/2025
- Resolução máxima do jogo: 4K 60FPS
- Possui HDR: Sim
- Ray Tracing: Não
- Multiplayer: Não
- Preço: PS5 R$: 79,90 / PC Steam R$: 79,95 / Xbox R$: 79,95
Opinião sobre o jogo A.I.L.A.:
O cenário do desenvolvimento de jogos no Brasil já não é o mesmo de alguns anos atrás: pequenos estúdios evoluíram, ideias se tornaram mais ousadas e o medo deixou de ser apenas um gênero para virar uma vitrine da criatividade nacional. Nesse contexto, a Pulsatrix Studios reaparece com A.I.L.A, um projeto que não só confirma o amadurecimento do time como também o coloca entre os principais nomes do terror contemporâneo.
Depois de Fobia – St. Dinfna Hotel conquistar o público em 2022, as expectativas estavam altas. Mas o que a Pulsatrix entrega agora vai além do simples “próximo passo”: A.I.L.A é um mergulho calculado em diferentes estilos de horror, misturando referências clássicas, conceitos futuristas e uma narrativa que brinca com a fronteira entre o real e o virtual.

Um futuro onde o medo é feito sob medida
Ambientado em 2035, o jogo coloca o jogador na pele de Samuel, um tester que recebe em casa uma IA experimental capaz de criar experiências de terror totalmente personalizadas. Cada vez que ele liga o equipamento, uma nova realidade se forma diante dele e cada realidade traz seus próprios conflitos, monstros e dilemas.
A proposta é simples, mas extremamente eficaz: A.I.L.A te coloca diante de pequenas campanhas independentes, cada uma com sua estética própria, indo de aldeias medievais a florestas densas e navios abandonados. Dentro de cada uma dessas realidades, pequenas histórias se desenrolam e, junto delas, uma constante sensação de que algo não está certo… nem com Samuel, nem com a própria IA.

Entre inspirações antigas e medos modernos
Há ecos evidentes de Resident Evil e Silent Hill, mas A.I.L.A nunca se limita a copiar fórmulas. O ritmo mais cadenciado da exploração, os ambientes claustrofóbicos e a tensão permanente remetem aos clássicos, enquanto o conflito psicológico e o tema da perda de identidade dialogam com discussões atuais sobre tecnologia, consciência e manipulação narrativa.
O jogo raramente depende de jumpscares. Seu forte é a atmosfera, uma que te faz hesitar antes de abrir portas, virar esquinas ou acender a própria lanterna. E quando algum susto acontece, ele funciona como complemento, e não como muleta.

Decisões com eco além do virtual
Em meio às viagens por diferentes mundos, o jogador precisa tomar decisões que influenciam os desfechos de cada cenário. Algumas envolvem escolhas morais; outras, experimentos arriscados, como ingerir um líquido sombrio que oferece vantagens em combate ao custo de degradar o karma do personagem.
Conforme Samuel avança, as linhas entre o real e o artificial começam a se borrar. A.I.L.A deixa claro que as consequências não são apenas “dentro do jogo”. A deterioração das barreiras entre as camadas de realidade é um dos elementos mais inteligentes da narrativa.

Visual moderno, alma artesanal
É notável o salto técnico da Pulsatrix. Apesar de pequenas falhas de colisão, momentos de ragdolls exageradas ou texturas que poderiam ser mais refinadas, a adoção da Unreal Engine 5 traz ganhos visuais consideráveis. A iluminação, em especial, exerce papel crucial na imersão e ajuda a afastar a sensação de “escuridão absoluta” tão comum no gênero.
No PS5, o desempenho se manteve consistente, mesmo sem modos gráficos separados. Bugs existem, mas não comprometem a experiência geral.

Mapas que contam histórias
Cada campanha apresenta mapas específicos com suas próprias regras, armas, ameaças e puzzles. Navegar por eles exige observação e exploração, especialmente porque o jogo usa backtracking de forma frequente. Alguns cenários podem gerar desorientação espacial, mas, no geral, há variedade suficiente para manter cada etapa interessante.
Os puzzles, por sua vez, são um dos destaques: diversificados, bem distribuídos e orgânicos dentro da narrativa. Eles vão de enigmas matemáticos a decodificação de mensagens e leitura de mapas náuticos, sempre com pistas espalhadas pelo ambiente, incentivando a investigação.

Combate funcional
É no combate que A.I.L.A tropeça ocasionalmente. Atirar em primeira pessoa funciona bem, mas confrontos corpo a corpo e sequências furtivas apresentam inconsistências. Alguns inimigos são rápidos demais, outros têm hitboxes generosos demais. Chefes, então, podem causar frustração em arenas pequenas onde ataques em área ocupam mais espaço do que deveriam.
Ainda assim, o design visual dos monstros compensa parte desses problemas, com criaturas criativas que reforçam o desconforto constante.
Localização exemplar
Apesar de ter sido pensado inicialmente para o mercado internacional com textos e vozes gravados em inglês —, A.I.L.A recebe localização para PT-BR impecável. A tradução é precisa e a dublagem, feita por atores brasileiros experientes, é um dos pontos altos da experiência.
Entre os sustos, há referências escondidas pensadas especialmente para quem vive no Brasil, criando momentos de leveza sem quebrar a imersão.

Som e trilha: tensão bem administrada
A trilha sonora acompanha com exatidão cada cenário, com faixas que vão do sombrio ao melancólico. O áudio direcional às vezes apresenta ruídos inconsistentes ou efeitos deslocados, o que pode atrapalhar quem usa headset, mas o conjunto funciona bem para manter a tensão sempre presente.
Um terror brasileiro que chega para ficar
A.I.L.A é um projeto ambicioso e uma demonstração clara de que a Pulsatrix Studios está preparada para disputar espaço com nomes internacionais. O jogo assume riscos, experimenta formatos, entrega criatividade e demonstra domínio sobre a linguagem do terror.
E o melhor: ao terminar, é quase impossível não querer recomeçar para descobrir como outras escolhas podem alterar o destino de Samuel e das realidades criadas pela IA.

Considerações Finais
A.I.L.A consolida a Pulsatrix Studios como uma das forças mais interessantes do terror moderno. Misturando nostalgia, tecnologia e uma narrativa que se dobra sobre si mesma, o jogo constrói uma experiência tensa, variada e envolvente, uma conquista não apenas para o estúdio, mas para a cena brasileira de desenvolvimento.

Pontos Positivos
- Narrativa criativa
- Variedade de cenários
- Puzzles inteligentes e variados
- Ambientação tensa e constante
- Referências e homenagens a clássicos do terror
- Avanço técnico notável da Pulsatrix
- Localização PT-BR de altíssima qualidade
- Boa distribuição de recursos
- Design criativo de criaturas e chefes
- História com múltiplos finais
Pontos Negativos
- Combate inconsistente
- Hitboxes problemáticas
- Alguns cenários geram confusão espacial
- Alguns bugs pequenos
- Texturas e animações irregulares
- Áudio direcional às vezes confuso
- Trilha de combate que permanece tocando mais tempo do que deveria
- Falta de progressão de armas e personagem
Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Fireshine Games.
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