Fala pessoal Mu chegando por aqui, mais uma vez “again” de novo e desta vez vou comentar sobre o jogo Tormented Souls 2, que é a sequência do premiado Tormented Souls, lançado em 2021.
Descrição do jogo:
O premiado clássico de terror de sobrevivência está de volta!
Após os terríveis acontecimentos no Wildberger Hospital, Caroline Walker deseja apenas viver uma vida normal com a sua irmã Anna. Porém, nos meses que se seguem, Anna é assombrada por visões de violência e morte, que transpõe para desenhos perturbadores, os quais rapidamente se manifestam numa realidade apavorante.
Desesperada por libertar a irmã desta aflição, Caroline viaja até à remota Villa Hess, para uma clínica misteriosa situada nos confins das montanhas do sul do Chile. Mas por trás dos sorrisos amáveis e da tranquilidade das funcionárias da clínica esconde-se uma verdade revoltante, e as irmãs em breve se encontram no centro de um novo pesadelo…
Trailer Oficial de lançamento:
Informações sobre o jogo:
- Versão do jogo: PS5
- Tamanho total do jogo instalado: 23GB
- Desenvolvedora: Dual Effect Games
- Distribuidora: PQUBE
- Gênero: Terror
- Data de lançamento: 23/10/2025
- Resolução máxima do jogo: 4K 60FPS
- Possui HDR: Sim
- Ray Tracing: Não
- Multiplayer: Não
- Preço: PS5 R$: 169,90 / PC Steam R$: 99,99 / Xbox R$: 99,95
Opinião sobre o jogo Tormented Souls 2:
O terror de sobrevivência clássico está vivendo uma nova era. Enquanto muitos estúdios apostam em remakes com câmeras sobre o ombro e ação mais fluida, uma parte da indústria independente tem preferido olhar para o passado, resgatando a tensão das câmeras fixas, a escassez de recursos e os puzzles engenhosos que marcaram os anos 90.
Dentro desse renascimento, Tormented Souls, lançado em 2021, foi um nome de destaque. Criado pelo estúdio chileno Dual Effect, o jogo capturou a essência de clássicos como Resident Evil e Silent Hill sem se tornar mera cópia. Agora, Tormented Souls 2 tenta expandir esse legado, mas sua ambição às vezes pesa mais do que deveria.

Uma nova jornada de Caroline Walker
Após sobreviver aos horrores da clínica Wilderberger, Caroline Walker mal tem tempo de respirar. Sua irmã, Anna, é acometida por uma misteriosa doença que se manifesta em visões sombrias. A busca por respostas leva Caroline até Villa Hess, uma vila isolada no sul do Chile, onde um convento e uma clínica escondem segredos macabros.
Mas o que parecia ser um resgate logo se revela uma armadilha: Anna é sequestrada, e Caroline se vê novamente presa em uma espiral de rituais, fé distorcida e entidades sobrenaturais. A narrativa tenta construir mistério, mas sofre com exageros e inconsistências. Muitos eventos simplesmente acontecem, sem explicação convincente, enfraquecendo o impacto emocional.

História boa, execução irregular
Enquanto o primeiro Tormented Souls tinha um enredo coeso e personagens com motivações claras, a sequência se apoia em soluções fáceis e momentos forçados. Há boas ideias, como a relação simbiótica entre fé e loucura, mas elas raramente são desenvolvidas.
Grande parte da história só faz sentido ao ler os arquivos e documentos espalhados pelos cenários. Sem essa dedicação, o jogo perde camadas e vira apenas uma sequência de sustos e monstros bizarros. O drama psicológico que o primeiro jogo dominava dá lugar a um terror mais raso e visual.

Atmosfera clássica que dá gosto de ver
Se há algo que a Dual Effect acerta em cheio é na fidelidade ao estilo clássico. As câmeras fixas estão de volta com ângulos bem pensados, criando tensão e beleza em igual medida. Os “safe rooms” com música calma e o sistema de gravação usando fitas cassete reforçam a nostalgia e a narração de Caroline enquanto registra seus pensamentos é um toque especial que aprofunda a imersão.
O combate ainda é lento e pesado, mas isso faz parte do charme. A sensação de vulnerabilidade é essencial ao gênero, e o jogo mantém esse equilíbrio. Há mais armas, menos munição e agora três níveis de dificuldade, o que deixa o desafio mais personalizável.

Puzzles inteligentes, mas às vezes cruéis
Os enigmas continuam sendo o grande destaque. Muitos deles exigem raciocínio e atenção a detalhes do cenário, e não apenas o velho esquema “pegue o item X e use no lugar Y”. O sistema de manipular objetos em 3D está excelente e incentiva a exploração.
Por outro lado, alguns puzzles passam do ponto. Há desafios tão obscuros que beiram o impossível, sem qualquer pista útil. Uma boa ideia para o futuro seria incluir uma opção de dificuldade para os quebra-cabeças, algo que Silent Hill f já implementa com sucesso.

Dois mundos, menos impacto
A mecânica de alternar entre o mundo real e o Outro Lado retorna, mas perde parte da força simbólica. Embora visualmente mais impactante, o recurso parece menos conectado à história. Diferente do primeiro jogo, onde cada transição tinha propósito narrativo, aqui ela soa mais como uma ferramenta de gameplay.
Villa Hess: um mundo maior, mas nem sempre melhor
Tormented Souls 2 praticamente dobra o tempo de jogo do original, chegando a cerca de 15 horas. A escala aumentou, mas a identidade se diluiu. O convento inicial é fantástico e escuro, opressivo e atmosférico. Já as áreas seguintes, como a fábrica de processamento, parecem genéricas. O escopo é maior, mas o foco se perdeu no caminho.

Um salto técnico impressionante
A mudança para a Unreal Engine 5 foi um divisor de águas. O visual está espetacular, com iluminação dinâmica, texturas detalhadas e um design de som de primeira. A ambientação sonora é exemplar, alternando entre o silêncio absoluto e o ruído inquietante.
Mesmo com pequenas falhas na sincronização labial, o resultado geral é excelente e mostra o quanto o estúdio evoluiu tecnicamente desde o primeiro jogo.
Fator replay e conteúdo extra
Além da campanha principal, o jogo oferece uma boa lista de troféus e desafios, como speedruns e modos de restrição (sem mapa, sem cura, etc.). Os múltiplos finais voltam, garantindo motivos sólidos para revisitar a jornada de Caroline.

Beleza assombrada
Tormented Souls 2 é um jogo de contrastes. Ele brilha tecnicamente, mas perde parte da essência narrativa que o primeiro carregava com tanto cuidado. É mais bonito, mais longo, mais polido e, ao mesmo tempo, mais genérico em seu enredo.
Mesmo assim, para quem sente falta do terror à moda antiga, com câmeras fixas, tensão constante e sustos na medida certa, o jogo ainda é uma ótima pedida. Fica a torcida para que um eventual terceiro capítulo encontre o equilíbrio entre o novo e o nostálgico.
Considerações Finais
Tormented Souls 2 é um espetáculo visual que respeita suas raízes, mas se perde ao tentar ser grandioso demais.
Ainda assim, entrega uma boa dose de medo, desafio e nostalgia, o suficiente para deixar qualquer fã de survival horror satisfeito.
Pontos Positivos
- Visual impressionante com a Unreal Engine 5
- Atmosfera clássica de terror com câmeras fixas
- Trilha sonora e efeitos sonoros imersivos
- Puzzles criativos e instigantes
- Boa variedade de armas e desafios extras
Pontos Negativos
- Enredo inconsistente e personagens pouco desenvolvidos
- Alguns puzzles confusos demais
- Mundo grande, mas com áreas genéricas
- Sincronização labial irregular em algumas cenas
Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Pqube.
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