O novo FPS Brasileiro Extinction Rifts, desenvolvido pela publisher e estúdio brasileiro QUByte Interactive, chegou recentemente dividindo opiniões na comunidade gamer. Com sua proposta de FPS frenético e pegada old school, o título se difere do que estamos acostumados à encontrar nos FPS indies. Será que a comunidade está certa?
Vem comigo que te conto!

Sobre o jogo
O fim da humanidade está próximo! Monólitos misteriosos surgiram na Terra, e um grupo terrorista conhecido como Novo Mundo se apoderou de seu poder para desencadear uma extinção seletiva. A última esperança da humanidade está em você e na Adreno-Gauntlet, uma manopla lendária que transforma pura adrenalina em destruição absoluta.
Extinction Rifts é um FPS de ação frenética inspirado nos clássicos da era PlayStation 1, mas com novas mecânicas explosivas.

Gráficos, Sons e jogabilidade
O jogo tem sua identidade gráfica no estilo poligonal e uma estrutura bem estilo FPS retrô. Trilha sonora tecno bem vibrante, efeitos sonoros bons. Uma boa resposta nos comandos e desenho do mapa de controles quase satisfatório.








E o veredicto é…
Este título me decepcionou. Sei que a equipe da QUByte Interactive é pequena, mas talentosa. Também entendo as dificuldades de produzir um jogo no Brasil. Ainda assim, acredito que todo projeto precisa ser bem planejado, e as ideias testadas separadamente e em conjunto antes de avançar.
A QUByte já havia lançado MARS 2120, que, apesar de alguns problemas, é um jogo de qualidade e bem recebido. Mas não vejo o mesmo acontecendo com Extinction Rifts.
A inspiração clara em DOOM, The Lawnmower Man e UltraKill é evidente, mas para por aí. Desde o anúncio até o lançamento, eu esperava um FPS frenético, com ação intensa, exploração, segredos e chefes desafiadores.
Em vez disso, o jogo propõe desafios de performance. O objetivo principal em cada fase é destruir um monólito ao fim dela. Para isso, é preciso acumular pontos ao acertar alvos. Cada fase tem alvos fixos e móveis espalhados, além de caminhos perigosos para vencer e, ao mesmo tempo, manter a pontuação. O problema é que esses pontos expiram rapidamente: uma barra de tempo, visível na mão esquerda do personagem, esgota-se em segundos, e só acertando novos alvos é possível manter a contagem de combo ativa.

Ao atingir 50 pontos, você libera força suficiente para destruir o monólito. O desafio está em chegar até ele com a contagem necessária. Sem isso, não há como avançar para a próxima fase. Para complicar, existem ainda 2 ou 3 desafios adicionais, não explicados de início, que confundem os objetivos e atrapalham a progressão. Só com boas notas é possível desbloquear armas e poderes para as demais fases.
Mesmo com notas baixas, é possível prosseguir, desde que o monólito seja destruído. E é aqui que surge o conflito: de um lado, a sensação de dificuldade excessiva; de outro, a percepção de que é um desafio justo; mas também o entendimento de que será preciso repetir várias vezes a mesma fase, como um treino, para criar estratégias, ser mais rápido, encontrar segredos, manter o combo alto e, enfim, destruir o monólito.
Eu conheço FPS de vários estilos, mas não consigo lembrar de outro com a mesma proposta de Extinction Rifts — ou tão confuso na execução. A primeira fase já deixa isso evidente. Perto do final, há um corredor cujo perigo lembra o famoso corredor de lasers do DLC Separate Ways de Resident Evil 4 Remake. Ali, a única preocupação é não ser morto pelo paredão de laser que persegue o jogador, o que torna muito difícil manter o combo. Depois de várias tentativas, é possível se acostumar e até conseguir manter a contagem, mas até lá, é puro masoquismo.
Alguns podem achar desequilibrado, outros super desafiante e provavelmente todos não vão se entusiasmar tanto à dar uma chance e enfrentar o game afim de concluir todas as suas 6 fases. Enfim, não deu certo pessoal.
Extinction Rifts está disponível para PC (via Steam), PlayStation 4 & 5, Xbox One & Series X/S e Nintendo Switch.
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