Após mais de 2 anos de estréia no PC, Above Snakes chegou nos consoles com sua proposta sólida de um cozy farmer. O jogo que neste momento divide espaço com Stardew Valley, uma das suas maiores inspirações na qual chegou recentemente no serviço de assinatura PlayStation Plus como um dos jogos gratuítos mensais, revela ser uma opção diferenciada que pode agradar os amantes do estilo.
Será?
Sobre o jogo
Estamos em 1883, no Velho Oeste Americano, uma época desafiadora para quem lutava para sobreviver. Sobreviver então se tornou mais crucial ainda quando a cidade fictícia de Corpse Creek, recebe um evento misterioso: uma luz verde intensa no céu seguida de meteoritos que caem, atingindo as casas e construções vimitando alguns habitantes.
Tudo fica mais sinistro durante um serviço fúnebre no cemitério da cidade, onde os corpos começam a emergir dos túmulos e os zumbis são uma nova ameaça à sobrevivência dos habitantes não só da cidade como da região em constante colonização.
Na pele de Aiyana, filha de uma mãe colonizadora (uma colona) de Corpse Creek, e de um pai descendente de uma tribo indígena, cabe à você sobreviver neste mundo explorando, caçando, construindo e combatendo a ameaça zumbi!
Gráficos, Sons e jogabilidade
O jogo tem um bom visual de baixo polígono estilizado, na sua visão isométrica, aliás isométricos são orientações que me agradam muito para tipos de jogos assim.
Achei os efeitos sonoros bacanas, mas nada de especial. Já a trilha sonora, composta por Tyler Zane é bem acertada e dá um clima ao jogo, inclusive a faixa “Mapping the Frontier”, que nos seus acordes de melodia me lembrou um grande sucesso de Lady Gaga.
Já a jogabilidade, com uma ótima proposta, apresenta um mapa de controles um pouco confuso e uma mecânica entre as funções e menus meio confusa. É um saco ter que ficar desmontando e montando o menu de ação do jogador e ter uma limitação nele que nos faz recorrer ao acesso à mochila e suas seções, entre multiplos botões.
E o veredicto é…
Above Snakes me cativou com o tema Western traduzido em sua gameplay. É um jogo que imprime a dificuldade de sobrevivência em um tempo em que tudo se fazia à mão, as relações sociais aconteciam com menos frequência, mas acerca de contínuas negociações que moldavam a sobrevivência num mundo hostil.
O jogo não explora à fundo sua história, mas nos conta o básico para simpatizar com nosso papel em gameplay. Construir um mundo, de cabanas à vilarejos e suas comodidades levam tempo no jogo como levava naquela época. E nisto o fator de repetição se mostra muito presente e atuante, sem grande variação. Quem gosta de Stardew Valley por ser um jogo relaxante, mas com uma boa dose do caráter técnico e complexidade gerencial, neste pode considerar muito fácil e monótono.
Mas é interessante ir descobrindo e explorando o mundo, construíndo ele, descobrindo os biomas e as variantes de cada região pra sacar para onde se deslocar pra coletar o que precisa sem se perder ou desorientar com um sistema de mapa não tão prático assim.
Uma das dificuldades ou falhas no jogo, é passar o ciclo de cada dia sem conseguir fazer mais de uma função ou tarefa. Acaba sendo morosa a oportunidade de se preparar para missões maiores, que demandam mais tempo longe de sua base central, conforme seu mundo cresce. E uma falta de viagem rápida por este mundo acaba complicando esse fator.
Pescar, caçar, combater zumbis, criar equipamentos e evolui-los em Above Snakes, entra no campo da vivência em sobrevivência do jogo que por muitas vezes não direciona o objetivo em algumas missões. Eu passei um bom tempo tentando entender como eu iria inicialmente conseguir cera de abelha por exemplo e no fim descobri que era de uma forma óbvia, na experimentação do que naquele momento se permitia fazer.
No fim, Above Snakes não é tão polido como merece, mas é um belo exemplar de sobrevivência pra quem quer um clima mais leve e um ritmo mais calmo. Conquistar troféus aqui é um pouco acima da média do gênero, então tenham paciência, caros amigos trophy hunters.
Above Snakes está disponível para os consoles PlayStation, Xbox e Nintendo. Confira o gameplay abaixo e sinta o clima do game:
Veja também: Hirogami – Resenha
