Quando em 1987 Shinobi surgiu nos arcades, ele surfava numa vertente que estava efervescendo no cinema: o tema ninja. Tendo seu porte para Master System em 1988, foi no final daquele ano que testemunhávamos nas nossas telas em casa, um dos títulos mais interessantes de jogos de ação em plataforma.
Daí, pipocaram pelos anos posteriores diversos títulos da franquia, sendo o seu último em 2011 para 3DS. 14 anos depois SHINOBI: Art of Vengeance chega não como uma continuação propriamente dita, mas uma grande celebração da franquia, do universo Shinobi. Mas será que o título faz jus ao legado? Serpa que a SEGA acertou e apostar num novo título?
Vem comigo que eu te conto!

Sobre o jogo
O famoso SHINOBI, Joe Musashi, está de volta. Após encontrar seu vilarejo completamente destruído e seu Clã Oboro transformado em pedra pelo vilão Lord Ruse, da Corporação ENE. Lord Ruse pretende dominar o mundo usando um artefato que lhe concede imortalidade.
Aqui temos a fórmula clichêzona da série Shinobi que sempre combate a ameaça de uma organização ao mesmo tempo que busca vingar-se ou resgatar alguém.
A história traz um início dramático para Joe Musashi, que vê seu vilarejo destruído e seu clã totalmente petrificado, tendo à identificar entre o incêndio de seu vilarejo, quem está por trás daquilo e proteger sua esposa, grávida. É então que Musashi inicialmente recebe a ajuda de para cuidar da segurança de sua família e inciar a saga de uma vingança violenta e eletrizante.

Gráficos, Sons & Jogabilidade
Com gráficos desenhados totalmente à mão, o game apresenta uma beleza única num trabalho dirigido por Ben Fiquet, que trabalhou em Wonder Boy: The Dragon’s Trap e Streets of Rage 4. Sejam as animações do storyteller ou os efeitos de animação do gameplay, traz uma identidade própria na franquia e o moderniza, sem perder sua essência.
Não só a trilha sonora assinada por Koshiro e Tee Lopes, bem como a música tema de Young Dirty Bastard – “The Path Just Begun” são fantásticas, como a execução dos sons também. Tô alí pulando e deferindo golpes de espadas e lançando shurikens freneticamente e escuto de vez em quando num encaixe satisfatório, o grito ecoante “You’re unstoppable!” vindo de Musashi! Demais!
Os comandos são redondinhos, com um mapa de controles ótimo, com tantas opções de combos, combinações para ataques especiais e grandes “magias” especiais de ataque e defesa tornam o gameplay delicioso. Minha única ressalva fica sobre o comportamento dos controles nos menus, principalmente ao mapa, que tende à tirar o foco da posição e não o retorna de uma forma mais dinâmica ou intuitiva.
Acredito eu que pra cada plataforma, SHINOBI deva performar muito bem, até nos consoles de geração anterior o game performa bem, com transições e loads rápidos.

E o veredicto é…
Preciso dizer aqui que a SEGA acertou em cheio ao “retorno” da franquia com SHINOBI: Art of Vengeance pois o fez como uma carta de amor à série Shinobi. Pode ser que seja só um título comemorativo, que sirva para chamar à atenção dos novos gamers à uma franquia não muito lembrada ou cogitada dos últimos anos, mas quem quiser saber o que é Shinobi, este game é uma bela referência.
Todo aquele misto de Japão feudal e Japão moderno/tecnológico, com ninjas enfrentando corporações com suas máquinas e milícias presentes nos títulos da franquia estão aqui numa belíssima roupagem e com contundente referência.
A história é boa, apesar de algun poucos momentos em que mostra um texto raso e fraco nos diálogos e suas expressões conjuntas para alguns personagens. É cômica a limitação de diálogo de Joe Musashi, como exemplo.
O sistema de evolução de personagem proposto, com a compra de golpes e a exploração de itens pelo cenário funciona muito bem, porém, provoca ao jogador deixar para trás muitas das fases, para no futuro retornar à elas e explorar o restante, com Joe Musashi mais poderoso e capaz, mas esse vai e volta para alguns pode incomodar, quebrar um certo “ritmo” na experiência de gameplay.
SHINOBI: Art of Vengeance não é um jogo difícil em sua campanha, mas totalmente desafiante em algun pontos apresentados em toda a trajetória dela. Os ‘Special Stages” e os desafios da fenda são o ponto alto disto. Aqui é se provar na dominância do controle, reflexos e cadência que o jogo de forma diluída vai provocando entre uma fase ou outra.
Os Chefões são em maioria, fáceis. Isso não quer dizer que você vai conseguir vence-los no primeiro embate, mas se torna fácil identificar seus padrões e vence-los em poucas tentativas. Mas é interessante ver que cada um deles tem suas mecânicas e padrões próprios, culminando o ponto alto disto no embate final contra Lord Ruse. É o que se espera de um título Shinobi.
Sendo assim, a experência com SHINOBI: Art of Vengeance acaba sendo um retorno empolgante e vibrante à franquia, com um ritmo gostoso, combates frenéticos, desafiantes e saborosos desde o desferimento de golpes ao desenrolar dramático de uma história que expressa bem em seu subtítulo, a arte da vingança!
Comemorem, amigos trophy hunters: Os troféus são bem equilibrados e conferem à miletagem/platina um desafio justo e satisfatório pra brilhar no seu ID!












































SHINOBI: Art of Vengeance chega agora dia 29 de agosto para as plataformas PC (via Steam), PlayStation 4 & 5, Xbox One & Series S/X e Nintendo Switch 1 & 2.
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