ALERTA DE CLÁSSICO RETRÔ: Klaus Lee – Thunderballs, jogo de plataforma de ação retrô divertido e cômico desenvolvido pela Nukklear GmbH e distribuído pela Assemble Entertainment chegou recentemente aos consoles e PC, resgatando o feeling de títulos clássicos dos anos 80.
Diversas fases com desafios 2D curtas podem ser muito divertidas, mas Klaus Lee – Thunderballs faz jus aos clássicos e segura a onda, ou precisa de algo mais?

Sobre o jogo
Você lembra do Klaus Lee, não lembra?! Não? Tá, mas devia lembrar! Ele quase virou um tira da pesada em Beverly Hills, mas aí tentou ser detetive particular no Havaí, o que não deu muito certo.
Depois de voltar pra Califórnia, ele trabalhou como dublê enquanto encabeçava um grupo de heróis de aluguel que perdeu toda a clientela pra um Esquadrão Classe A. Uma vez, ele se atrasou pra uma entrevista de emprego em Nova York e um tal de Zeddemore ficou com a vaga de exterminador de espíritos.

Sabia que foi o Klaus que ensinou o Maverick a pilotar caças e TAMBÉM a jogar vôlei de praia? Isso é só um pequeno exemplo de tudo que ele passou vivendo a vida ao máximo. O Klaus não dormia no ponto!
Gráficos, Sons e Jogabilidade
Um grande resgate de plataforma de ação retrô, com gráficos pixelados, eu diria que Klaus Lee nada mais é que uma modernização de H.E.R.O., game criado por John Van Ryzin na Actvision para o Atari em 1984.
Aqui o level design não só se inspira como cria um leque de 100 níveis criados à mão que por ora pode parecer se copiarem após dezenas de níveis, repetindo estruturas e soluções de design que enfraquecem a sensação de progresso. Em vários momentos o feeling foi de ter visto aquilo com “outra roupa”.

Trilha e sons básicos e satisfatórios e os controles funcionam bem. Mapa de controle enxuto, faz a gente se acostumar bem. Resposta boa dos comandos, levando ao erro somente pelo seu vacilo.
E o veredicto é…
Talvez o apelo de Klaus Lee – Thunderballs venha do resgate à nostalgia, do seu apelo cômico ou da sua natureza desafiadora que encontramos no já citado clássico ou em Super Meat Boy. O tiozinho bigodudo deve encarar 100 fases criadas à mão enquanto corre, salta, usa jetpack e detona paredes, desafiando o jogador ao controle sobre física, ou o entendimento de como ela se comporta aqui, especificamente.
Tudo isso carregado pelo sentimento divertido em superar desafios, momentos cômicos provocados pelo jogo e por nós mesmos com nossos vacilos. Alguns podem até ranger os dentes, devido ao caráter punitivo que o jogo escala de forma rápida na progressão de fases e outras caracteríticas como a inexistência de checkpoints e fases mais longas. Errou feio aqui, volta pro começo, sem choro, nem vela!

Se é “recheio” que você procura para validar inclusive o preço oferecido nas plataformas, além das 100 fases, o game conta com um contrutor de fases o que eleva ainda mais as possibilidades e desafios, já que você poderá criar sua fase ou baixar e jogar qualquer uma criada pela comunidade do jogo. Entusiastas de um bom desafio side scrolling vão se divertir e fomentar uma grande competitividade por aqui.
O número de fases divididas em Templos Perdidos, Cavernas Gélidas e Laboratórios Secretos, cheio de armadilhas e inimigos pode parecer repetitivo, e é. Klaus Lee – Thunderballs peca na pouca exploração do conceito. Poderia ter variações mais focadas, cada hora, em uma proposta, seja nos controles, na resposta rápida, nos puzzles, tudo ao mesmo tempo ou até uma escalada agressiva de cada um deles.

A jogabilidade proposta através de um jetpack, resgata na hora o saudoso H.E.R.O, que é um dos meus títulos favoritos do Atari 2600, que aqui ainda ganha a complexidade limitando-se ao consumo de combustível que também fica à mercê do uso da arma.
Atrelado à este desafio, o tempo de cada fase é cronometrado e avaliado com medalhas de bronze, prata ou ouro, dependendo do seu desempenho.
Eu entendo que Klaus Lee – Thunderballs não se leva tanto à sério, e não deveria mesmo, dando maior destaque à ambientação exagerada, recheada de referências à cultura pop oitentista e clichês de filmes de ação, divertido o jogador e fazendo um contraponto aos momentos desafiadores em que uma quantidade modesta de níveis tem desafios bem planejados.
Não acho que o jogador deva ser exigente com o título, pois na sua simplicidade e proposta ele funciona bem, diverte e oferece inúmeras horas de desafio, nada muito profundo mas no geral, nem tão pouco raso. Se você não se deixar afetar pela repetitividade, pode vencer as 100 fases e quem sabe criar desafios e designs únicos com o construtor de fases.
Klaus Lee – Thunderballs está disponível para Xbox, Nintendo Switch, PlayStation e PC (via Steam).
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