Particularmente, eu tenho um carinho pelos jogos retrô 2D. E quando um jogo como este cai no meu colo, eu fico entusiasmado ao testemunhar as maravilhas que o poder de criação traz, no que é possível com esse estilo de jogo. Atualmente vários jogos 2D tem ganhado a atenção do mercado e batido recordes de cópias, e justo porque entregam conteúdo surpreendente e maior do que esperado, como eu já no alto dos meus 44 anos, jamais ví ao longo do anos.
Mystic Gate é um shooter roguelike, com chuva de balas infernal e elementos RPG. E entregar um game como esse, com bom ritmo, trilha sonora e desafio na media, olha, é para poucos! A história é bem bacana: Um misterioso portal criado pelos deuses aparece repentinamente no mundo humano e alguns aventureiros se reúnem para enfrentar as provações que os aguardam do outro lado. Há a promessa de que, quem conseguir superar o desafio do portão será recompensado com a realização do seu maior desejo.
Para começar, você é introduzido à uma breve história, ao elementos e regras básicas de como o game funciona. Há geração procedural da masmorra e chefões, que vão mudar à cada game over. O jogo te leva à ser um pouco estrategista, porque nem sempre você vai estar com a melhor arma pra combater o chefão que você não tem idéia do qual vai enfrentar. Percebi que o mote de RPG do jogo não é construir e evoluir um protagonista da forma tradicional, com aumento de vida, mana, armas cada vez mais potentes e etc. Aqui upgrades não buscam fortalecer tanto o personagem, mas sim lhe trazer tantas opções de performance no game, que o grande barato é a experimentação, buscando a melhor estratégia de combate e sobrevivência ao inferno de balas.
Falando em personagem, você assume o papel de um andarilho e seu companheiro robótico que lhe dá uma mãozinha no combate, mas bem tímida, pois todo o desafio de combate fica em seu colo, bastando você perceber as táticas possíveis de ataque e defesa e fazer bom uso delas. Geralmente você estará combatendo em salas com muitos inimigos mas também muitos obstáculos que podem te ajudar na proteção da chuva de balas e promover uma movimentação que coloca o inimigo num ângulo melhor para o ataque.
Os chefões – que são únicos em seus padrões – definem o ponto alto do desafio. É necessário criar habilidade e ter estratégia pois nem sempre o campo de batalha vai ser favorável ou vão surgir restauradores de vida adiando a iminência da morte. E sim, você vai morrer muito, pois há momentos que são tantos elementos na tela, que o menor descuido, pode ser o último! Mas como eu sempre digo, videogame é desafio, encare-o!
Nem tudo é perfeito e no meu ponto de vista, há dois aspectos negativos que o game apresenta: Primero – relacionado aos comandos – eu, jogando num console PS4, noto que não é possível personalizar o layout dos botões. Com tanto botão sem função disponível, não dá pra entender! Você poderia ter um layout típico de Metroidvania, RPG ou FPS à sua livre escolha. E você se pergunta ainda mais sobre isso quando descobre que L1 e R1 comungam a função com L2 e R2
O segundo ponto negativo é, em pleno 2023, oferecer um coop local. Quando se fala em jogo cooperativo hoje em dia, o principal é online. Oferecer coop local é querer voltar à um costume de décadas do qual não se tem mais. As pessoas não se juntam mais pra compartilhar consoles, possivelmente nem as crianças. Mas com meu amigo do outro lado do país ou do mundo, eu tenho mais chances de jogar junto. Na falta de um, inclua os dois, assim todo mundo lucra.
O game debuta hoje, 13 de setembro de 2023 para Steam, Playstation, Xbox One e Series S/X e tem legendas em diversos idiomas, inclusive português. Confira nosso gameplay comentado abaixo: