Após um bom tempo no nosso radar, Neon Blood chega finalmente ao mercado pela Meridiem Games e ChaoticBrain Studios com animações espetaculares pela fantástica equipe da Sunshine e o jogo se revela um pouco diferente do que nós esperávamos.
Sempre definido como sombrio JRPG/Aventura Gráfica, nós debruçamos sobre o jogo para entender o que ele é e onde se encaixam cada uma dessas características. Vem que no caminho te explico!
Sobre o jogo
O ano é 2053. Após a Terceira Guerra Mundial, a humanidade foi reduzida a uma única macrópole, Viridis, formada por duas cidades, a luxuosa Cidade Brilhante e a distópica Cidade Cega. Axel McCoin, um detetive de Blind City, será motivado por seus ideais a se rebelar contra as injustiças causadas pela separação social entre as duas cidades e as desigualdades sociais existentes na sociedade em geral, tornando-se um símbolo de uma revolução.
Em sua aventura, Axel encontrará aliados poderosos que o ajudarão em seu propósito, bem como inimigos que ficarão em seu caminho, como Ruby Emerald, que fará de tudo para que os planos de Axel fracassem.
Gráficos, sons e jogabilidade
Eu gostei muito desse trabalho em estética 2.5D, baseada no uso de sprites PixelArt 2D com ambientes modelados em 3D num ambiente cyberpunk. Dificilmente algo deste tipo fica ruim. Logo de cara a vibe do game me pareceu e muito com o enigmático – até então não lançado – The Last Night.
O som dá o clima que se espera e são poucos os efeitos sonoros, de fato.
Ponto positivo pelo jogo ter uma variedade grande de idiomas, mas aqui o português é o lusitano o que nos faz acompanhar toda a trama, mas sempre com palavras que nem sempre refletem bem sobre o nosso entendimento no português brasileiro. É como comer um misto quente que tem algo de estranho no queijo.
O mapa de controles funciona bem, mas o que não funciona bem é o gameplay em geral, porque não há como não comparar este game à outras aventuras pixelart em 2.5D e notar que é um game mais parado, mais “truncado” do que deveria ser.
E o veredicto é…
A minha espectativa era que Neon Blood fosse um Flashback desta época. Uma aventura interessante que mixaria um Blade Runner com Syndicate, Cyberpunk 2077 e Repo Men. O jogo aborda alguns temas correlatos ao que eu acabei de citar, mas alterna entre criatividade e a falta dela. Brilhante em poucos momentos e mediocre em vários.
Não me entenda mal, tudo no jogo tem potencial, mas não é aproveitado. Seu texto e diálogos oscilam sempre pra baixo. bem poucas vezes acerta em alguns diálogos nas situações de persuação, com tiradas de muito bom humor.
Tem um grande problema com o gameplay, que é mais lento do que deveria. Tem uma linearidade mal guiada e as possibilidades de exploração do cenário e NPC’s que não fazem ao todo, grande diferença.
O que tem de mais interessante no jogo é a proposta de combate em turnos, que nos remete ao RPG, mas acredite, ele não é! Acontece que, não oferece custo de ação para todas as escolhas possíveis. Ou seja, MP e correlatos não existem no HUD, atacar, defender, habilidades e itens nas opções de ação, são 0 custo. Tem também uma coordenação de ação interessante. Geralmente ao atacar, ou você ou o inimigo ficam com a primeira investida. Se você for defender ou usar habilidades, sua investida sempre vem em primeiro.
E tirando isso, não há mais elementros de RPG, não há avanço de nível, não há gerenciamento e nem menu, para equipamentos. As mudanças que o jogo oferece se baseiam em certos upgrades de implantes e possibilidades que eventos e situações futuras “desbloqueiam”, digamos assim.
Mas preciso elogiar algo em que a ChaoticBrain trouxe ao game de forma muito interessante, que aparece depois de algum tempo no game: Sequências QTE ou Quick Time Events nas quais, utilizando o motor de jogo, devemos pressionar os botões corretos em determinados momentos para adicionar mais ação ao enredo, e geralkmente usada como finalização da batalha em alguns momentos. Nunca tinha tido essa experiência antes e achei muito legal e até enriquece o game, pois o trabalho de animação em pixels é de aplaudir de pé! Mas mesmo assim não é perfeito, faltou incluir na sequência os efeitos sonoros.
Então, na minha visão geral Neon Blood é moroso e raso. O roteiro não aproveita muito bem Axel McCoin e outros personagens e ficou parecendo que tudo é uma grande receita que ainda está sendo testada. Não empolga porque falta profundidade, mas até que isso acaba sendo positivo em um jogo curto como ele é, com cerca de 3h de duração.
Provavelmente pode ser uma boa opção role uma promoção na plataforma que você jogar. Neon Blood está disponível para PlayStation 4 & 5, Nintendo Switch, Xbox One & Series S/X e PC.
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